Nesta sexta-feira (14/04) acontece a Conferência Livre de Saúde da População Negra do Maranhão, no núcleo jurídico do Instituto Florence, Rua Rio Branco, no Centro de São Luís.
O evento é uma organização do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Conselhos Estaduais e Conselhos Municipais. Durante o evento, será instituído um fórum permanente da sociedade civil, que tratará da saúde integral da população negra.
O assunto foi tratado no Jornal Tambor da quinta-feira (13/04), ouviu Francisca Cardoso, Jô Brandão e Silva Leite.
Francisca é pedagoga Sanitarista, militante feminista, especialista em saúde da mulher negra e gestão do trabalho e educação na saúde.
Jô é Iyalorixá, coordenadora do coletivo Dan Eji, ativista dos direitos dos povos e comunidades tradicionais, produtora cultural e audiovisual, articuladora estadual da Rede Afroambiental/MA e membra do Fórum Estadual de Mulheres de Axé.
Silva Leite é assistente social da área da saúde, presidenta do Conselho Municipal da Condição Feminina de São Luís e integrante da Comissão de Equidade do Conselho Nacional de Saúde (2023).
(Veja, ao final deste texto, a edição do Jornal Tambor com a entrevista de Francisca Cardoso, Jô Brandão e Silva Leite)
Silvia afirmou que a Conferência já está na sua 17º edição e será uma oportunidade para discutir a respeito das políticas de saúde voltadas para a população negra no estado.
“É preciso que se fale sobre a saúde do maior contingente populacional que o país tem, que é a população preta e parda. O Maranhão não poderia ficar de fora da discussão por ser um estado com uma expressiva população negra”, ressaltou a presidenta do Conselho Municipal da Condição Feminina de São Luís.
A especialista em Saúde da Mulher Negra lembrou que uma das demandas abordadas no evento será sobre “as especificidades de doenças que prevalecem no povo preto”. Francisca explicou que a política nacional de saúde da população negra está estabelecida desde 2009, e precisa ser ampliada de forma efetiva nos municípios.
“É preciso que exista estratégias para ampliar as políticas de saúde do povo preto. O racismo institucional está presente também na saúde e pode tirar vidas”, declarou Francisca Cardoso.
Para Jô Brandão é necessário desenvolver políticas que considerem os “recortes” da população negra maranhense. Ela disse que o racismo presente nos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) é uma barreira que dificulta ainda mais o acesso de pessoas negras à saúde.
“Esses recortes são de gênero, religioso e outros que precisam ser feitos para que a gente tenha de fato a eficiência de uma política como a saúde integral à população negra”, complementou a ativista dos direitos dos povos e comunidades tradicionais.
(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Francisca Cardoso, Jô Brandão e Silva Leite)