A Comissão Pastoral da Terra (CPT) lançou no mês de abril, a publicação anual de conflitos no Campo Brasil 2022.
Os dados da CPT demonstram um aumento de violência no campo no último ano. A Comissão aponta, como causa principal, o avanço do agronegócio no Brasil.
A Amazônia Legal, que compõem os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, ocupa posição negativa em relação aos assassinatos.
Das 43 mortes do país, 34 foram na região. Contabilizando cerca de 70% dos casos.
Em relação ao Maranhão, o estado ficou empatado, na liderança, com Rondônia no número de assassinatos no Brasil, causados por conflitos no campo. Os dois possuem sete vítimas, cada. Incluindo quilombolas, trabalhadores rurais e indígenas.
Já em conflitos registrados, o Maranhão contabilizou 178 casos, somente em 2022.
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Além disso, a Amazônia Legal abriga o maior número de crimes no campo, entre 2011 e 2022. Foram identificados mais de 3,1 mil casos.
A Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultoras e Agricultores Familiares do Maranhão (FETAEMA), já realizou diversas denúncias ao poder público e a órgãos internacionais sobre a situação de violência no campo maranhense.
Entre elas, à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). A CIDH pediu uma audiência no Ministério das Relações Exteriores e convidou a FETAEMA para tratar sobre o caso mais recente, na comunidade Marmorana/Boa Hora 3.
O território quilombola fica localizado no município de Alto Alegre do Maranhão. O encontro ocorreu no final de abril.
De acordo com o diretor de Política Agrária da entidade, Edimilson Costa, os dados só indicam como nos últimos anos o estado teve um significativo aumento de violência no campo.
Ele aponta que de 2020 a 2022, foram mais de 13 assassinatos de trabalhadores rurais no campo maranhense, por conta da luta pela terra.
“A Fetaema vem fazendo várias ações na tentativa de amenizar esses conflitos. Temos a perspectiva que a política de reforma agrária retome com o governo Lula”, disse o diretor da FETAEMA.
Caderno de Conflitos da CPT
O Caderno é elaborado há 38 anos com o objetivo de dar visibilidade a informações de violência no campo. É uma forma de contribuir na promoção de políticas públicas e na prevenção dos casos. Além do apoio à essas pessoas que sofrem esse tipo de violência.
No Maranhão, o lançamento ocorreu durante o seminário “Conflitos no Campo no Maranhão”, no dia 10 de maio.
O evento aconteceu no Instituto de Estudos Superiores do Maranhão (IESMA), em São Luís, e contou com a participação de lideranças das comunidades tradicionais, de organizações e entidades sociais.
Novamente a sensação que não progredimos como nação ao ler notícias como essa . Obrigada Dani e os envolvidos na matéria por trazer a tona essas informações