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Ataque de pitbull – Comunidade rural de Urbano Santos faz novas denúncias

Comunidade denúncia desmatamento e novos ataques de cães pitbull | Foto: comunidade Urbano Santos

A comunidade tradicional Jussaral, localizada no município maranhense de Urbano Santos, é centenária. Ela ocupa uma área de 2.400 hectares e denuncia a violência do agronegócio em suas terras.

Jussaral conta com o apoio da Diocese de Brejo (Igreja Católica), da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Rurais (FETAEMA), da Defensoria Pública. Além de várias organizações ligadas à preservação ambiental e os direitos humanos, como é o caso do Fórum Carajás.

Todas essas organizações reforçam e divulgam as denúncias de violência do agronegócio.

A comunidade fala do ataque de jagunços e fazendeiros, que estariam tentando expulsar as mais de 80 famílias que vivem no território.

No final de março deste ano, fazendeiros teriam utilizado novamente cães pitbull para intimidar a comunidade.

Vacas e jumento foram gravemente atacados pelos cachorros. Fotos mostram a gravidade dos ferimentos.

Para falar sobre o assunto, o Jornal Tambor de terça-feira (21/05) entrevistou Raimundo Rodrigues, morador da comunidade de Jussaral.

Leia também: Urbano Santos! Comunidade de Jussaral reage a invasão de suas terras

(Veja abaixo a edição completa do Jornal Tambor, com a entrevista de Raimundo Rodrigues)

Segundo o morador, assim como em vários outros casos, foi feito o Boletim de Ocorrência na delegacia do município, tratando do ataque dos cães.

Raimundo disse que o clima é de terror e que a comunidade “não aguenta mais tanta violência”.

Raimundo diz que os plantadores de soja estão “desmatando de maneira desenfreada boa parte do território”.

Ao final da entrevista, ele pediu ação efetiva da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais (SEMA) em relação à existência de licenciamento ambiental para os produtores de soja.

O que diz o governo

A Agência Tambor entrou em contato com o governo do Estado do Maranhão, para saber sobre o assunto. Recebemos a seguinte resposta:

“A Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop) tomou conhecimento dos conflitos na Comunidade Jussaral, em Urbano Santos/MA, por meio da Comissão Estadual de Prevenção à Violência no Campo e na Cidade (COECV) nos meses de março e abril. Desde então, a comissão monitora as movimentações dos autos do processo judicial para a adoção de medidas preventivas de violência, quando se fizer necessário.

Com relação a fiscalização ambiental, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema) informa que mantém uma programação constante para coibir o desmatamento, por meio de ações de fiscalização e monitoramento dos atos já emitidos, além de investigações para garantir o uso racional dos recursos naturais e seus subprodutos. Irregularidades identificadas serão tratadas com urgência, resultando na punição dos infratores e na adoção das providências cabíveis.

No que compete ao sistema de Segurança Pública, todas as ocorrências de crimes decorrentes de conflitos agrários no estado são investigadas pela Polícia Civil. Além disso, a SSP realiza ainda, mediante solicitação dos órgãos competentes ou da própria população, ação de policiamento ostensivo a fim de prevenir ocorrências desse tipo. Assim, é importante que os casos sejam registrados nas delegacias de policiais.

No caso em questão, a SSP vai averiguar a situação e, como é praxe, vai adotar as providências que forem necessárias”.

O outro lado

Recebemos mensagens, de um senhor que se identificou como Marcelino, nome citado por Raimundo em suas denúncias.

Ele diz ser “um dos proprietários que adquiriram essa terra da então proprietária Suzano”.

O mesmo acusa a liderança da comunidade centenária de estar participando de “várias ações na tentativa de grilagem de terra”.

E diz que vem de fora do Maranhão “gerar emprego e renda para o povo”.

Na mensagem, Marcelino faz acusação a Raimundo. Diz ter documentos tratando do assunto.

Marcelino nega as denúncias contra ele, as mesmas que tem o aval de várias organizações sociais.

Ele também afirmou que área da empresa Suzano tem plantação de eucalipto há “mais de 30 anos no local e nunca teve problema”.

(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Raimundo Rodrigues)

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