O Maranhão ocupa a quinta posição no ranking dos estados com maiores números de assassinatos indígenas no Brasil,. Este dado é do Relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil – de 2023. O levantamento foi feito pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI).
Roraima lidera a lista com 47 casos registrados. Ao todo, em 2023, foram 208 assassinatos no país. Roraima representa 22,6% do total de mortes. Também estão no ranking Mato Grosso do Sul (43) e Amazonas (36), ambos na Amazônia Legal.
Este é o segundo pior resultado registrado desde o ano de 2014, quando o conselho, vinculado à Conferência Nacional dos Bispos (CNBB), passou a recorrer a dados oficiais para contabilizar homicídios de indígenas.
Para falar sobre esse assunto o Jornal Tambor de quarta-feira (24/07) entrevistou Hemerson Herbeth de Sousa Pereira.
Ele é mestre em Ciências Sociais da UFMA e missionário do Cimi Regional Maranhão.
(Veja, ao final deste texto, o Jornal Tambor com a íntegra da entrevista de Hemerson)
De acordo com o relatório, todos esses assassinatos no ano de 2023, representam um aumento da ordem de 15,5% em comparação ao número registrado em 2022, que foram180.
“Em 2022 tivemos o registro de 6 casos de assassinatos no Maranhão, agora em 2023, esse número passou para 10, praticamente dobrou”, afirmou Hemerson.
O missionário disse que o documento serve como instrumento de denúncia, mobilização e formação política dentro dos territórios.
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Dados
O Relatório do CIMI contém dados igualmente preocupantes relativos a outras formas de violência contra povos indígenas no Brasil.
Conforme as informações, ao menos 670 crianças indígenas entre 0 e 4 anos de idade morreram por causas evitáveis.
Em relação aos direitos territóriais, o Cimi registrou 1.276 casos de violencia distribuidos entre os subtipos de ocorrencia como a omissão e morosidade na regularização de terras, com 850 casos; conflitos 150; e invasões, exploração ilegal de recusrsos naturais e danos diversos ao patrimônio, com 276 registros.
O Cimi criticou a falta de sinalização clara do governo federal na defesa dos territórios indígenas, principalmente no tocante à indefinição quanto à aprovação da Lei n° 14.701, que estabelece o chamado Marco Temporal.
Você pode conferir o relatório completo abaixo:
(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Hemerson)