A trágica morte de Mãe Bernadete, ocorrida na Bahia, no último dia 17 de agosto, traz à tona um problema gravíssimo no Maranhão.
Trata-se do assassinato de quilombolas, indígenas, trabalhadores e trabalhadoras rurais.
A violência no Maranhão contra os povos do campo é algo marcante, visível, ostensivo, inaceitável.
Em 2022, por exemplo, o líder quilombola Edvaldo Pereira Rocha foi assassinado por pistoleiros, em razão de conflito por terra, na comunidade Jacarezinho, em São João do Sóter.
O caso de Edivaldo é apenas um, no cenário de barbárie generalizada.
Para falar sobre essa questão, o Jornal Tambor de terça-feira (22/08) entrevistou João da Cruz. Ele integra o Movimento Quilombola do Maranhão – MOQUIBOM
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(Veja, ao final deste texto, a íntegra do Jornal Tambor, com a entrevista completa de João da Cruz)
João disse que o Estado é “conivente com a violência contra essas comunidades”.
Para ele existem sérios problemas estruturais que contribui para o avanço de mais violência contra esses povos, como é o caso do racismo.
O integrante do Moquibom falou que hoje no Maranhão existem mais de 800 processos de titulação de terras quilombolas encaminhados para o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), que aguardam a regularização.
O entrevistado pontuou que essa população sofre ameaças constantes de jagunços e fazendeiros que invadem os seus territórios e acabam ceifando vidas inocentes.
Ele afirmou que “os assassinatos são constantes e a gente não observa nenhuma solução por parte dos órgãos competentes”. E que é urgente, além de uma segurança verdadeiramente pública, que “esses territórios sejam regularizados”.
(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de João da Cruz)