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A comunicação no combate ao trabalho escravo

A partir de 2004, o Estado do Maranhão ganhou uma prioridade na política pública de combate ao trabalho escravo, mas essa mazela social, ainda assola o Maranhão e, nos últimos anos, infelizmente houve muitos retrocessos, com o recrudescimento dessa prática desumana.

         A reflexão é da professora do curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Maranhão, Flávia Moura, que, em entrevista ao Jornal Tambor, fez uma análise da relação entre comunicação e trabalho no Brasil, em especial no Maranhão. “Nos municípios mais longínquos do estado encontramos vários carros de som ou as chamadas rádios postes convocando trabalhadores para o roçado da juquira ou para tirar toco no processo de plantação da soja, que, muitas vezes são armadilhas para o aliciamento para o trabalho escravo”, enfatizou.   

         Flávia Moura, que também coordena o grupo de estudos “Trabalho Escravo e Comunicação”, que está desenvolvendo o projeto de pesquisa “Comunicação, migração e trabalho escravo contemporâneo: trajetórias de vida de trabalhadores rurais da Baixada Maranhense”, disse que o Maranhão é também um dos estados brasileiros, com maior índice exportação de mão de obra escrava, algo em torno de 40%.

         “Essa prática precisa ser combatida. Em parceria com a Abraço, a Associação de Rádios Comunitários, no Maranhão, desenvolvemos uma campanha de alerta e conscientização de trabalhadores para não caírem nessas armadilhas. Também lançamos a cartilha ‘Do quilombo pra rua, o João que vive em nós’ com relatos dessa triste realidade do trabalho escravo. Jovens que foram enganados em busca de um futuro melhor”, narrou.

         Então, “a comunicação é um meio essencial tanto para o aliciamento como para o processo de denúncia do trabalho escravo e devemos utilizá-la nessa missão de combate ao trabalho escravo contemporâneo”, disse ao refletir que “há uma precarização assustadora das relações trabalhistas no Brasil”.

(Veja na íntegra o Jornal Tambor com a entrevista completa com a professora do curso de Comunicação da UFMA, Flávia Moura)    

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