Artistas lançaram em São Luís o bloco “Me paga, sacana!”. Se utilizando da irreverência e da liberdade próprias do Carnaval, eles levaram para as ruas fotos do governador Carlos Brandão e do prefeito de São Luís, Eduardo Braide.
A 1º edição do bloco foi no sábado, 20 de janeiro. A concentração no início da tarde, na Feira da Praia Grande, junto a “Rádio das Tulhas”. Em seguida, os protestantes saíram pelas ruas da Praia Grande.
E a 2ª edição foi realizada na quarta-feira, dia 24 de janeiro. O movimento se concentrou no Solar Cultural da Terra Maria Firmina, e desceu em cortejo via Rua Grande, até a Rua Godofredo Viana.
Segundo os organizadores do Me paga, sacana, o governo do Maranhão não pagou apresentações feitas no Carnaval e no São João de 2023.
Quanto a prefeitura de São Luís, ela ainda deve artistas contemplados com recursos emergenciais da Lei Paulo Gustavo (LPG).
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O bloco também cobra uma política cultural que celebre as tradições locais e respeite os artistas e grupos do Maranhão.
Em um vídeo publicado em uma rede social, o compositor, cantor e radialista, Beto Ehong, assinala que a música “Por que tu não paga, sacana” do Vagabundos do Jegue, vai ser novamente o ‘hit’ do Carnaval. “Eita povo que gosta de fazer festão devendo até as cuecas”, disparou
O escritor, roteirista e historiador, Iramir Araújo, ressaltou que o bloco “Me paga, Sacana!” nasceu da insatisfação de vários artistas das mais diferentes áreas que, inclusive, já realizaram várias manifestações.
“A ideia é movimentar a Praia Grande. Demonstrar a nossa insatisfação e que não estamos quietos. Enquanto trazem atrações milionárias para o Carnaval, os artistas maranhenses não recebem seus pagamentos”, enfatizou Iramir.
Além do pagamento de cachês, a pauta dos artistas inclui o lançamento imediato dos editais da LPG pelo governo do Maranhão (que não lançou em 2023), contra o abandono e a extinção de equipamentos culturais municipais e estaduais como o Circo Cultural Nelson Brito e o Centro de Criatividade Odylo Costa, filho.
O Outro lado
A Agência Tambor entrou em contato com o governo estadual e municipal (de São Luís) para saber o posicionamento do governador Carlos Brandão e do prefeito Eduardo Braide. Até o fechamento da matéria não obtivemos resposta da prefeitura.
Leia a nota do governo do Maranhão:
A Secretaria de Estado da Cultura (Secma) informa que estão quitados valores destinados às brincadeiras e artistas contratados para apresentações no período citado. Pendências existentes, referem-se à não comprovação documental, que cabe aos grupos, e deve ser apresentada à secretaria para que os devidos pagamentos sejam executados.