Foto: Divulgação Aconteceu, em São Luís, o lançamento do livro “Das Beiradas ao Beiradão: a música dos trabalhadores migrantes do Amazonas”, do escritor e pesquisador marxista, Bernardo Mesquita.
O evento, intitulado “História e Música em Redes Conectadas na Amazônia Legal”, foi realizado na sexta-feira, dia 12 de maio, na Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
Além de retratar a música dos trabalhadores migrantes do Amazonas, Bernardo também ressalta, no texto, que São Luís e Manaus (capital amazonense) têm uma ligação histórica muito importante.
“Boa parte da população negra do Amazonas, que se localiza em Manaus, tem origem no Maranhão. No livro também abordo os ciclos migratórios. Trago esta dimensão da influência da população negra na música”, disse o autor.
Ele também fala da importância das jazz-bands manauaras e o papel dos músicos maranhenses na formação e transformação das práticas musicais na região.
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“O livro não consiste em uma história da música na Amazônia”, explicou. “Mas de uma interpretação histórica sobre a experiência musical de trabalhadores migrantes a luz teoria marxista da dependência”, afirmou.
Durante o lançamento houve um debate, com a mediação do doutorando Antônio Carlos Araújo, (Tonny Araújo, PPGHIS-UFMA), sobre as técnicas, as pessoas, os símbolos, os códigos, as estéticas e as mercadorias das regiões Norte-Nordeste. Falando das conexões musicais e culturais desenvolvidas no território da Amazônia Legal.
Além do debate, também ocorreu a apresentação musical com a banda Antídotos Sociológicos.
Tonny Araújo, historiador pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e baterista da banda Antídotos Sociológicos, falou que a obra de Bernardo Mesquita surgiu em boa hora. “Já que nos últimos anos pesquisadores brasileiros (entre os quais me incluo, ao estudar o jazz no Maranhão) têm reavaliado a história da música popular urbana brasileira, estudando a trajetória do jazz na Terra Brasilis”.
“Ao fazer uma análise histórica da música amazonense moderna, Bernardo dedica um espaço significativo em sua obra sobre este episódio”, disse ele.