O fotógrafo Genilson Guajajara compartilhou o seu trabalho no evento “Demarcando telas através da imagem”. A exposição ocorreu em maio, no auditório da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), em Imperatriz.
O evento teve a realização do Laboratório de Comunicação Visual e Edição Criativa (Love) e da Justiça nos Trilhos, com apoio do curso de Jornalismo da universidade.
Genilson Guajajara, que também é comunicador popular, formado em cinema indígena, é natural da Aldeia Piçarra Preta, da Terra Indígena Rio Pindaré, no Maranhão.
Ele apresentou imagens que posteriormente serão publicadas em seu primeiro livro sobre o povo Guajajara. A obra conta com parceria da Justiça nos Trilhos, do Love, da UFMA – Imperatriz, coordenado pela professora Yara Medeiros.
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As fotografias são um trabalho de expressão do Guajajara, voltadas aos rituais ancestrais e o cotidiano de seu povo. Ele fez registros da “Festa da Menina Moça”, um rito de passagem para a vida adulta das meninas indígenas.
“Meu território é uma universidade e os anciãos são os troncos do conhecimento”, disse Genilson durante a palestra.
Ele define a sua aldeia como fonte de sabedoria ancestral e compartilha saberes sobre a força das fotos para a luta indígena.
Em suas vivências, Genilson Guajajara também comparou as técnicas utilizadas por caçadores e por um fotógrafo.
Ele explicou que “observou em sua aldeia, que quando um caçador se prepara para caçar, ele segura a respiração para mirar e solta a respiração junto com a flecha. Assim ele faz com a sua fotografia. Solta a respiração junto com o clique”.
Em 2021, ele foi indicado ao prêmio PIPA – A janela para a arte contemporânea brasileira, ficando em quarto lugar.
“Fotografar o invisível, a espiritualidade. Minha fotografia busca atravessar a carne e tocar o espírito. Entendo também que foto é arma, é minha ferramenta de luta”, declarou.
Com informações do site Justiça nos Trilhos