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Boi de Guimarães combate racismo e reforça que cultura do Maranhão é de interesse internacional

Foto: Jesus Pérez

O poder público no Maranhão – especialmente o governo do estado e a prefeitura de São Luís – faz uma distinção absurda e inaceitável, durante o São João e no Carnaval.

Eles falam de “atrações nacionais” e “atrações locais”. A diferenciação é feita desde a propaganda, até os locutores de arraiais.

As atrações nacionais são tratadas como prioridade, com cachês absurdos, enquanto os verdadeiros donos das festas (os grupos e artistas do Maranhão) são relegados a algo muito, muito, menor.

A Agência Tambor falou sobre isso na entrevista, do dia 28 de junho, com Valmir Goulart e Cíntia Avelar.

Cíntia é presidenta do Boi de Guimarães e Valmir é o cantador do mesmo boi.

(Veja, ao final deste texto, o Jornal Tambor com a íntegra da entrevista de Valmir Goulart e Cíntia Avelar)

Eles ressaltaram que a arte e a cultura do Maranhão são de padrão mundial.

Também reivindicaram que os sotaques da baixada merecem ter mais espaços e destaque no São João maranhense.

O equívoco de achar que essa manifestação (rica em tradição) é somente local, se concentra em uma ideia limitada, de uma elite racista, que não respeita a cultura popular do Maranhão.

O belíssimo Bumba-Meu-Boi de Guimarães, que é um dos grandes expoentes do sotaque de zabumba, há pouco mais de meio século, vem ressignificando a identidade e a resistência cultural de um povo excluído dos processos sociais e econômicos dominantes.

Importância social

O Boi de Guimarães vem fortalecendo a luta no combate ao racismo, inclusive através de uma toada que vem ganhando mais popularidade a cada ano.

Nos arraiais o povo canta junto com Guimarães: “Se tu é racista, tu num tá com nada. Se tu tem preconceito, tu num vale nada”.

Este ano foi feita também uma toada, que cobra a valorização da cultura maranhense, citando vários mestres do bumba-meu-boi já falecidos.

Valmir cantou as duas toadas, ao final da entrevista no Jornal Tambor.

Mestre Marcelino | Foto: Divulgação

A história

O Boi de Guimarães foi fundado em 1971, no Quilombo de Damásio, localizado na zona rural da cidade de Guimarães, interior do Maranhão, pelo mestre Marcelino Azevedo. Ele é reconhecido pelo Ministério da Cultura como um dos grandes Mestres da Cultura Popular Brasileira.

O Mestre faleceu em 2016, deixando as zabumbas de Guimarães nas mãos de seus filhos. O boi representa os saberes e fazeres reelaborados das misturas e matrizes culturais de diversas etnias africanas.

O grupo é formado, atualmente, por mais 100 brincantes da comunidade, acompanhados de suas famílias que também participam do processo, seja na assistência ou na produção e apoio do grupo.

Há 53 anos o Boi de Guimarães possui uma importância colossal na cultura maranhense, e vem do lugar que abrigou a origem do sotaque de zabumba.

Leia também: Orgulho LGBTQIA+! É necessário ocupar espaços e cargos políticos

Agenda do dia 28 e 29 de junho

(28/06): CE Prof.Maria do Socorro Almeida. Rua do Arame, São Cristóvão, às 16h.
(28/06): São João da PREFS. Rua Portugal, Praia Grande, às 18h.
(28/06): Largo de Santo Sebastião, Madre Deus, às 20h.
(28/06): Madre Deus, Rua 04, Centro, às 22h.
(29/06): Largo de Santo Antônio, Centro, às 0h.
(29/06): Vinhais, Rua 92, quadra 77, 01h30.
(29/06): Bairro de Fátima, Rua Apolônia Pinto, às 03h.
(29/06): Tradicional subida na capela de São Pedro, às 06h30.

(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Valmir Goulart e Cíntia Avelar)

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