A Assembleia Legislativa do Maranhão está tratando de um problema nacional, que envolve uma série de crimes que hoje estão sendo julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A extrema direita brasileira está mobilizada em torno de um discurso que fala em anistiar a organização criminosa que ela mesma montou.
Atuaram por intervenção militar, por golpe de Estado. E agora querem perdão para a sequência de violações que resultou nos ataques do 8 de janeiro de 2023.
Jair Bolsonaro e seu séquito correm um enorme risco de serem presos, por uma sucessão de delitos cada vez mais evidentes.
E é para livrar sua própria pele, que os Bolsonaro pedem perdão para os criminosos. Querem anistia para os partícipes que já estão presos, condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
E Michelle Bolsonaro, mesmo envolvida nas investigações, vem percorrendo o Brasil para tentar mobilizar setores da opinião pública em favor da organização criminosa da qual ela faz parte.
Contra a Justiça
Existe uma articulação iniciada na Assembleia Legislativa do Maranhão para contribuir com o discurso de anistia do grupo Bolsonaro.
No último dia 12 de março quatro integrantes da Comissão e Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa agiram na moita. Eles aprovaram uma proposta que possibilita a concessão de um título de cidadã maranhense para Michelle Bolsonaro.
E quando essa possibilidade de homenagem veio a público, houve uma imediata reação dentro e fora da Assembleia.
O deputado estadual Júlio Mendonça (PCdoB), por exemplo, fez uma contestação formal. A Agência Tambor também publicou um editorial tratando do assunto.
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O projeto que viabilizaria o título de Cidadã Maranhense para a representante do grupo Bolsonaro precisa ser votado e aprovado no plenário da Assembleia, para que o título possa ser dado a Bolsonaro.
É bem aí que entra a ação direta da deputada estadual Iracema Vale (PSB), atual presidenta da Assembleia Legislativa do Maranhão.
Democracia ou fascismo?
A recente polêmica envolvendo uma homenagem ao MST, sinaliza que existe uma articulação da extrema direita para que o grupo de Iracema Vale faça o jogo de Bolsonaro.
O fato passa pelo episódio ocorrido entre os dias 3 e 4 de abril. Na ocasião a extrema direita conseguiu inicialmente barrar, na mesma Assembleia Legislativa do Maranhão, um requerimento que incluía uma homenagem ao MST.
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No dia seguinte a recusa, Iracema Vale mudou tudo e aprovou o mesmo requerimento rejeitado. A ação de Iracema em favor do MST passou pela pressão de parlamentares, dirigentes e integrantes do PCdoB, PT e PSB.
Iracema Vale – que atualmente não faz nada sem ouvir o comando do governador Carlos Brandão – divulgou matéria dizendo que na Assembleia Legislativa existe “uma pluralidade, cada um representa um segmento. Eu votei a favor de todos os requerimentos de sessão solene desta Casa”.
A mesma Iracema disse para não fazer do MST uma “politização de uma coisa desnecessária. O nosso interesse aqui é harmonizar a Casa, votar os requerimentos, fazer as homenagens. Esse que é o interesse da Mesa e do Parlamento”.
Todos os requerimentos?
Fazer “as” homenagens? Quais homenagens deputada Iracema? Sua pluralidade inclui golpe de Estado?
Vamos saber se Iracema – afinada com Carlos Brandão – inclui na sua “pluralidade” invasão do STF, do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto!
Vamos ver se a bancada de Carlos Brandão, sob à batuta de Iracema Vale, vai beneficiar o grupo que segue afrontando a Justiça, a democracia e a civilidade; falando em anistia para seus diferentes crimes.