Da Agência Tambor
Por Danielle Louise
30/04/2020
O Radiojornal Tambor conversou com a militante do Movimento Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e educadora popular, Divina Lopes, que atua na Região Tocantina. Ela explicou as ações promovidas, pelo movimento popular, em combate ao Covid-19 naquela localidade.
A educadora disse que um dos maiores desafios é o enfrentamento de ideias mais conservadoras desenvolvidas em cidades que formam a região. Ela lembrou que Imperatriz e Açailândia foram, inclusive, municípios do Maranhão que Jair Bolsonaro obteve mais votos.
A militante ressaltou que Imperatriz, por exemplo, tem uma larga concentração de empresários que apoiam o discurso do presidente da República em acabar com o distanciamento social. A cidade, no entanto, já possui 113 casos confirmados e 5 óbitos em decorrência do novo coronavírus, conforme o último boletim do governo estadual. Segundo ela, seria um risco afrouxar as medidas de isolamento.
“No Brasil além de estarmos enfrentando essa crise, enfrentamos a realidade de um governo (federal) ignorante e com políticas altamente genocidas”, denunciou ela.
Para tentar mudar essa realidade, ativistas desenvolveram um Fórum popular com pessoas que integram organizações, movimentos populares e partidos progressistas.
Ela ressaltou que eles buscam produzir projetos que sejam eficazes no combate ao Covid-19. Um deles é o enfrentamento às notícias falsas disseminadas e também a produção de materiais informativos sobre a doença.
Divina Lopes destacou a importância da conscientização da população sobre a pandemia. “Não teremos mais aquele mundo que tínhamos em janeiro de 2020. Não teremos mais aquela normalidade. Teremos que reconstruir um novo jeito de viver”, disse.
Além disso, a militante opinou que as medidas precisam de mais rigor, por parte do governo estadual, para que se consiga efetivamente diminuir o contágio no Maranhão.
“É preciso que haja fiscalização e rigor sobre as medidas de distanciamento social”, argumentou Divina Lopes. Ela também ressaltou que por desconhecimento ou descrença ainda há muita movimentação pela rua.
Ouça a entrevista completa com a militante do MST em nosso TamborCast.