Editorial – Agência Tambor
28/05/2020
Quando se fala de liberdade de imprensa, se fala essencialmente de democracia. Trata-se de um tema que nos remete a um antigo debate, sobre democratização da comunicação.
No Brasil, além da poderosa mídia de mercado, vivemos um tempo de novas máquinas milionárias, feitas pra mentir e caluniar. É a nova “Indústria da Fake News”, de viés evidentemente fascista.
Nesse novo ambiente, o que seria liberdade de imprensa? O que significaria democratizar a comunicação? Qual o papel dos governos?
O assunto dá muito pano pra manga!
Mas entre outras coisas, é evidente que no Brasil segue a necessidade de fracionar o poder. Dividi-lo entre os mais diferentes meios de comunicação, longe de critérios oligárquicos e/ou monopolistas.
O orçamento público deveria ter um papel importante nesse processo, atuando para pluralizar as vozes, incluindo o jornalismo de viés popular, feito com autonomia, comprometido com os mais pobres, com os trabalhadores.
Estamos falando de uma ação de governo que não pode ser sinônimo de aparelhamento. É o inverso disso.
Qualquer governo; seja ele de direita, de centro ou de esquerda, não tem legitimidade pra falar de liberdade de imprensa, no momento que utiliza o orçamento da comunicação de modo conservador, baseado unicamente na publicidade, na propaganda travestida de reportagem, no culto a personalidade e na bajulação.
Liberdade de expressão e democracia tem que ter, necessariamente, relação com justiça social e defesa do interesse público.
A extrema direita precisa ser superada. Isso é prioridade! Mas o debate da democratização da comunicação é estruturante e precisa ser aprofundado.
E o Maranhão tem muito a dizer!