Da Agência Tambor
Por Paulo Vinicius Coelho
25/06/2021
Na quinta-feira (17), Hamilton Bandeira, 23 anos, foi assassinado por policiais civis em Presidente Dutra – Maranhão. O crime ocorreu após o jovem, que tinha transtornos mentais, ter feito publicações em redes sociais enaltecendo Lázaro Barbosa. A Policia Civil afirma que Hamilton teria atacado os policiais com uma faca. A família do jovem desmente a versão.
Ontem (24), o Jornal Tambor entrevistou a advogada da Sociedade Maranhense de Diretos Humanos, Joisiane Gamba (foto). Ela pediu o afastamento dos policiais envolvidos no caso para não comprometer a produção de provas.
(VEJA ABAIXO A ENTREVISTA)
De acordo com Joisiane Gamba, casos como o de Hamilton ocorrem porque prevalece nas polícias uma cultura militarizada, fazendo que os oficiais ajam como se estivessem numa guerra.
‘’Nós não precisamos de uma policia que considere os cidadãos adversários, que vá para uma diligencia como se estivesse indo combater um inimigo’’ complementou a advogada.
Ela acrescentou que a falta de preparo da polícia para lidar com pessoas que tem transtornos mentais é outro motivo.
‘’Como justificar que uma casa seja invadida, com um idoso e uma pessoa com deficiência mental, e para se defender de um suposto ataque com arma branca, os policiais dão 3 tiros numa pessoa?’’ questionou a advogada.
Na quarta-feira (23) o Secretário de Segurança Pública do Maranhão, Jefferson Portela, anunciou que não afastaria os policiais envolvidos no caso por ‘’falta de elementos que afirmem que Hamilton foi assassinado pela polícia’’.
Joisiane Barbosa declarou que a decisão de não afastar os policiais compromete a produção de provas porque pode haver alguma interferência dos envolvidos nas investigações. ‘’Não estou pedindo punição antecipada, não estou pedindo suspensão, estamos pedindo lisura para apuração dos processos e dos fatos.’’ comentou.
A Sociedade Maranhense de Diretos Humanos encaminhou ofícios solicitando informações para a Ouvidoria de Diretos Humanos, a Ouvidoria de Segurança Pública, a Corregedoria do Sistema de Segurança Pública do Maranhão e o Ministério Público.
A advogada anunciou que além de pedir resposta sobre o caso e uma possível responsabilização dos policiais, a Sociedade Maranhense de Direitos Humanos vai buscar amparo para os familiares de Hamilton Bandeira. O avô do jovem estava presente no momento do assassinato.
Veja abaixo, em nosso canal no YouTube, o Jornal Tambor, com a entrevista de Jô Gambá.
https://youtube.com/channel/UCSU9LRdyoH4D3uH2cL8dBuQ
Ouça a entrevista de Jô Gamba na plataforma Spotify: