O jornalista Elitiel Guedes do MST saiu do Maranhão, onde vive e trabalha, para acompanhar a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP-28.
O evento está acontecendo na cidade de Dubai, nos Emirados Árabes, entre os dias 30 de novembro e 12 dezembro.
O Jornal Tambor de segunda-feira (04/11) tratou do assunto. Entrevistamos Elitiel Guedes, direto de Dubai
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(Veja, ao final deste texto, a íntegra do Jornal Tambor, com a entrevista de Elitiel)
O objetivo da conferência é reunir países com diferentes realidades econômicas (ricos e pobres) para discutir soluções para o aquecimento global.
Na entrevista com Elitiel, lembramos que a COP-28 está sendo realizada em um contexto de mudanças climáticas no Brasil, que são consequência do desmatamento descontrolado, queimadas, seca na Amazônia, resultando em ondas de calor.
No Maranhão, a questão é bastante grave, pois o agronegócio e os empreendimentos ligados a mineração seguem liquidando com a vida, desmatando áreas verdes, poluindo o ar e as águas, adoecendo e matando as mais diferentes comunidades urbanas e rurais.
A cidade de São Luís, a capital do Maranhão, tem hoje o ar mais poluído que o da cidade de São Paulo.
E a elite maranhense – com suas ambições pequenas – ignora completamente as questões relativas a vida em sociedade, a justiça climática e o aquecimento global.
E não é à toa que o Maranhão lidera junto com Rondônia o ranking de assassinatos por conflitos de terras, segundo dados da publicação anual de conflitos no Campo Brasil 2022, elaborado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT).
Uma elite agraria que atua no Maranhão e segue avançando sobre povos e comunidades que desenvolvem atividades econômicas que não agridem o meio ambiente. É uma elite profundamente ignorante que tem a cabeça no século XIX.
Elitiel Guedes ressaltou que COP-28 precisa priorizar a participação popular nas decisões, uma vez que vai impactar diretamente a vida e os modos de sobrevivência de comunidades tradicionais, que são as mais impactadas pela ação de empresas dentro dos seus territórios.
Além de integrante do MST, Elitiel é também correspondente do Jornal Brasil de Fato e está acompanhando dez comunicadores/as da Amazônia, no monitoramento da COP 28 pela DW Akademie.
Elitiel falou que uma das estratégias para mudar essa realidade no país e no Maranhão passa pela organização popular e a criação de conferências dentro das comunidades atingidas pelo grande capital.
(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Elitiel Guedes)