Os concursos de beleza sempre estiveram relacionados com o aprisionamento de padrões impostos por uma sociedade historicamente patriarcal, racista e misógina.
Esses eventos são reflexo de uma ideologia marcada pela definição para diferenciar aquilo que é bonito do feio, o que acaba sendo um problema porque existem diferentes tipos e variações de belezas na população.
O problema começa quando são inventados espaços para julgar ou inferiorizar alguém apenas pelos seus traços étnicos, características físicas ou intelectuais, como é o caso dos concursos de beleza.
E até que ponto esses concursos servem para reforçar padrões e disseminar violência?
Para discutir sobre essa questão o Jornal Tambor de sexta-feira (24/11) entrevistou a Marcela Tavares. Ela é advogada trabalhista e criminalista presidenta da Comissão da Verdade e Escravidão Negra no Brasil da OAB/MA.
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(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Marcela Tavares)
Para a advogada os concursos impõem uma beleza que não existe para as mulheres. Ela ressaltou que muitas mulheres são impactadas psicologicamente e fisicamente por padrões eurocêntricos.
Segundo Marcela, as mulheres negras são as mais afetadas, pois além de serem vistas como fora do padrão estético europeu, elas precisam lidar ainda com o problema do racismo estético.
Ao final, a advogada destacou que a sociedade precisa passar por um processo de desconstrução e descolonização da ideia do que é considerado corpos padronizados e belos socialmente.
(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Marcela Tavares)