O Maranhão será um dos estados mais prejudicados se houver a possibilidade de comercialização do sangue no Brasil! A afirmação é feita pela professora do curso de enfermagem da UFMA, Rosilda Silva Dias.
Rosilda, que também faz parte da Associação Brasileira de Enfermagem Seção Maranhão (ABEnMA), explica que o projeto seria desastroso para os mais pobres e “no Maranhão está concentrada parte da população empobrecida do país”.
No dia 04 de outubro, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou a chamada PEC do Plasma, que prevê a comercialização de sangue, a autorização da coleta remunerada e a venda de plasma.
Para falar sobre essa séria ameaça para a sociedade brasileira, o Jornal Tambor de segunda-feira (09/10) entrevistou Rosilda Silva Dias.
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(Veja, ao final deste texto, a íntegra do Jornal Tambor, com a entrevista completa da professora Rosilda)
Após aprovação na CCJ o Senado, o texto segue para ser votado no plenário da Casa. A Organização Mundial da Saúde (OMS) se manifestou contra a Proposta de Emenda Constitucional.
A ministra da saúde, Nísia Trindade, afirmou que a PEC “é um retrocesso e provocaria um apagão nos bancos de sangue do país”.
Hoje a doação é voluntária. E o plasma, que é um dos componentes do sangue, quando não for utilizado deve ser entregue à Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás). A proposta quer mudar na Constituição esses dois pontos.
Segundo a professora Rosilda, a PEC, se aprovada, irá beneficiar apenas grupos empresariais que exploram a doação de sangue como algo mercadológico. E que a população mais pobre será a mais prejudicada, por não ter como pagar para ter acesso.
“Esse projeto é de exclusão e de morte. O capitalismo não pode chegar em nossas veias. Para tirar de nós esse líquido que dá sustentação para que a vida humana continue pulsando”, ressaltou ela.
A professora também destacou que “impor a condição para as pessoas pagarem para ter sangue é desumano”. Rosilda lembrou que, além disso, a prática coloca em risco o Sistema Único de Saúde (SUS), legitimando o poder de empresas privadas.
A enfermeira ressaltou ainda que é importante a sociedade se mobilizar contra a PEC do Plasma. E reforçou que o “sangue não é mercadoria e que doar é um ato de amor”.
(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Rosilda Silva Dias)