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Gerô virou símbolo de luta contra a tortura

Gerô era cantor e foi morto após ser torturado por policiais.

O dia 22 de março é o Dia Estadual de Combate à Tortura no Maranhão. A data é uma homenagem ao artista popular Jeremias Pereira da Silva, o Gerô.

Para falar sobre esse assunto, o Jornal Tambor desta quarta-feira (22/03), entrevistou Wallyson Ribeiro e Dália Monteiro Pestana.

Wallyson é psicólogo e atua na Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH). Dália é coordenadora de projeto e associada da SMDH.

(Veja, ao final desse texto, a edição do Jornal Tambor com a entrevista de Wallyson Ribeiro e Dália Monteiro Pestana)

Através da Lei Estadual nº 8.641/2007, a data marca a luta do combate às mais diversas formas de tortura. Dália disse que o dia é para lembrar que a “tortura continua sendo uma prática institucionalizada” e que é um crime que deve ser expelido da sociedade brasileira.

“A tortura continua no cotidiano principalmente em unidades prisionais, onde é utilizada rotineiramente. Esse dia é para a gente dizer em âmbito estadual e federal que precisamos urgentemente pensar formas de removê-la de nosso contexto como uma prática naturalizada”, declarou a coordenadora de projeto da SMDH.

Segundo o psicólogo, a prática violenta de policiais no exercício de seu trabalho favorece para o aumento significativo de assassinatos ocasionados, principalmente, em abordagens policiais. Ele ressaltou que o problema está relacionado ao racismo.

“O crime de tortura ainda persiste. Gerô foi vítima de um crime brutal. A tortura é um crime contra a dignidade da pessoa humana e que causa intenso sofrimento psíquico. Merece sim, ser abolido”, afirmou Wallyson Ribeiro.

Ao final, os dois reforçaram a importância do trabalho e atuação da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos, na defesa e luta dos direitos humanos no Estado do Maranhão.

Relembre o crime:

No dia 22 de março de 2007, Geremias Pereira da Silva, mais conhecido como Gerô, foi morto por dois policiais militares em São Luís. Os criminosos de fardas abordaram o artista em uma parada de ônibus e iniciaram ali mesmo, em plena luz do dia, uma série de torturas.

De acordo com as constatações no Instituto Médico Legado (IML), Gerô, depois de algemado, teve cinco costelas quebradas, parte do maxilar afundado e os rins dilacerados, o que teria provocado hemorragia interna, além de várias escoriações por todo o corpo.

Gerô era um artista negro e pobre que sempre utilizou sua música e poesia como ferramenta de sobrevivência e de luta política. Ele foi vítima da violência policial e do racismo estrutural que contamina toda a sociedade brasileira.

(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Wallyson Ribeiro e Dália Monteiro Pestana)

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