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Subdesenvolvimento! Bispo Católico fala da ganância destrutiva do agronegócio

Comunidade tradicional Baixão dos Rochas é novamente atacada. Fato semelhante ocorreu em 2022 com a mesma comunidade.

A expansão do agronegócio no Maranhão é marcada por um processo de violência intensa, expulsões e mortes.

No dia 19 de março deste ano de 2023, na Comunidade Tradicional Baixão dos Rochas, em São Benedito do Rio Preto, município localizado a cerca de 240 km de São Luís, aconteceu mais um caso dessa violência brutal.

Várias famílias sofreram ameaças de terroristas, tiveram suas casas saqueadas, queimadas e foram expulsas da comunidade.

Esse problema tem crescido de maneira assustadora em todo o Estado e revela que viver e trabalhar no campo tem sido uma luta pela sobrevivência e pela vida.

Para falar sobre essa questão o Jornal Tambor, desta terça-feira (21/03), ouviu Dom Valdeci, Bispo da Igreja Católica que conhece de perto os dramas vividos pelo povo maranhense.

(Veja, ao final desse texto, a edição do Jornal Tambor com a entrevista de Dom Valdeci)

Somente no ano de 2022, foram registrados quatro assassinatos em decorrência de conflitos rurais, onde quilombolas e indígenas foram mortos, de acordo com os dados da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Maranhão (FETAEMA).

Dom Valdeci explicou que essa situação se repete em outros municípios e que é urgente que o estado tome as devidas providências em relação ao que aconteceu em Baixão dos Rochas.

“Em nome da ganância e do poder vão destruindo as comunidades. Essa violência precisa ser combatida. À medida que o agronegócio avança, as comunidades vão sofrendo cada vez mais”, afirmou o Bispo.

O Bispo acrescentou que a omissão do estado e a impunidade em muitos crimes, favorece o aumento do índice de casos de violências contra as Comunidades Tradicionais.

“Baixão dos Rochas é uma comunidade que o ITERMA deveria há muito tempo ter resolvido esse problema. Licenças ambientais são concedidas de maneira não muito clara. Tudo isso agrava e impacta na vida dessas pessoas”, enfatizou Dom Valdeci.

Em Baixão dos Rocha, vivem cerca de 57 famílias, que tiram seu sustento da agricultura familiar e do extrativismo, há mais de 80 anos.

A Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (Cepast-CNBB) e mais de 50 organizações assinaram “Nota de Indignação” sobre o atentado sofrido pela comunidade Baixão dos Rochas.

A nota exige que os órgãos de Justiça do Estado do Maranhão apurem as essas violações de direitos das comunidades e apontem uma resolução.

(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Dom Valdeci)

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