A Justiça do Maranhão decidiu manter em liberdade o empresário Rony Veras Nogueira, acusado de assassinar sua ex-esposa, em 2022, na cidade de Dom Pedro, a 324 km de São Luís.
Ianca Vale do Amaral teria sido morta pelo marido com seis tiros. Rony Veras foi indiciado por assassinato, crime de feminicidio e foi preso dias depois do crime.
Um habeas corpus apresentado pela defesa do empresário tinha sido negado três vezes, porém em dezembro do ano passado o Ministério Público do Maranhão se mostrou favorável pela soltura do acusado.
Para falar sobre esse assunto, o Jornal Tambor desta quinta-feira (16/02), entrevistou Mary Ferreira. Ela é bibliotecária, professora da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e da coordenação do Fórum Maranhense de Mulheres.
(Veja, ao final desse texto, a edição do Jornal Tambor com a entrevista de Mary Ferreira)
Mary disse que o judiciário nunca foi favorável na questão da violência contra mulher e que a impunidade continua sendo um problema para o aumento desses crimes no Maranhão.
De acordo com Mary, no Maranhão foram 390 mulheres assassinadas no estado, entre 2015 a 2022.Entretanto o número pode ser bem maior.
A coordenadora do Fórum Maranhense de Mulheres falou da ausência de um atendimento qualificado para a mulher, vítima de violência nas delegacias do Maranhão. Ela diz que isso contribui para a não punição do agressor.
“A delegacia continua tendo homens no atendimento e isso é um problema. As mulheres se sentem mais à vontade em falar da violência que sofreram com outra mulher”, ressaltou Mary Ferreira.
Ela reforçou que a denúncia e a educação continuam sendo importantes ferramentas no combate à violência contra a mulher e que é preciso reeducar a sociedade, para não banalizar o crime de feminicídio.
O Fórum Maranhense de Mulheres divulgou nota pedindo justiça pela morte de Ianca Vale e pede que a Justiça se posicione diante do crime.
(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Mary Ferreira)