A ilha de São Luís pede socorro! E seu futuro passa diretamente pelas mãos do atual presidente da Câmara Municipal, o vereador Paulo Victor (PCdoB).
O momento não é para Pilatos. Não tem como lavar as mãos. Não tem muro. Não dá para se fingir de morto. São dois lados bem definidos, bem distintos.
De um dos lados tem o interesse público, o interesse de todas as pessoas que vivem em São Luís, a viabilidade de abastecimento de água, de mobilidade, a saúde da população, a necessária preservação ambiental, o bem viver de todos os bairros e comunidades, começando pela zona rural, área fundamental para a vida na ilha.
Do outro lado é o interesse de empresários milionários, que flertam com delinquências. Eles não são exatamente do Maranhão, alguns estão de passagem, tem residência fora, bem longe, agindo em São Luís por meio de prepostos. Uns são parasitas, outros predadores.
Para ganhar mais e mais dinheiro, esse bando quer aumentar a degradação de São Luís, com mais poluição, mais doenças, mais problemas de abastecimento de água, mais alagamentos, inundações, desmoronamentos, engarrafamentos. Eles lucram e a ilha fica com o caos.
A Agência Tambor opina lembrando que hoje qualquer chuva mais forte complica a vida em São Luís. Praias são impróprias para banho. Rios foram transformados em esgoto. Carros pipas circulam para suprir a falta de água e a poluição do ar está bem acima do que é recomendado pelas autoridades em saúde.
Pessoas já estão morrendo em São Luís por conta do atual nível de poluição na ilha, conforme informou o advogado Guilherme Zagallo.
Um X da questão
Na Câmara Municipal temos hoje um desastroso projeto de Plano Diretor para o município de São Luís, elaborado ao arrepio da lei, pela gestão do ex-prefeito Edivaldo Holanda Júnior.
O projeto trata da Lei que planeja o futuro do município. Se ele for aprovado como está, todos os graves e atuais problemas de São Luís vão piorar. O projeto precisa ser modificado.
Edivaldo assinou o projeto pensando exatamente no lucro financeiro dos ricos forasteiros do qual já falamos, de gente da construção civil e da indústria pesada. O ex-prefeito agiu contra a vida dos habitantes da Ilha, em função de dinheiro.
Hoje organizações sociais, lideranças comunitárias, professores, sindicatos e pesquisadores estão exigindo a devolução do projeto para a prefeitura.
Uma pequena parte desse grupo esteve com o vereador Paulo Victor, no último dia 8 de fevereiro, tratando dessa exigência. O presidente da Câmara já sabe exatamente o que está em jogo.
O Ministério Público também recomendou a devolução desse projeto de Plano Diretor. A prefeitura precisa fazer alterações para atender ao interesse das pessoas que vivem na Ilha, inclusive para protegê-las.
De olho na Câmara!
Os ditos empresários estão cercando vereadores. Querem aprovar o projeto de qualquer jeito, urgentemente. Têm medo que o futuro calendário eleitoral possa mais uma vez atrapalhar seus planos. É um jogo movido por uma ambição irracional.
É a hora de quem é idôneo e tem bom senso na Câmara Municipal. Mas entre os 31 vereadores de São Luís, o presidente tem um poder bem maior e, nesse caso do Plano Diretor, pode encaminhar o processo em favor da cidade e de todas as pessoas que vivem na ilha.
Basta ler com atenção o regimento da Câmara, para saber quais os poderes do presidente. A bola está com Paulo Victor.
A aprovação do atual projeto de Plano Diretor, da forma como se encontra na Câmara Municipal, seria um escândalo. Podemos afirmar sem susto que é um crime social, além de ambiental.
Se a Câmara cometer a insânia de aprová-lo, teremos também pela frente uma batalha jurídica, com chances de ser resolvida em Brasília…
Passa por ele
Ao assumir no início deste mês o cargo de presidente da Câmara Municipal, Paulo Victor disse: “peço todos os dias a Deus para que se eu errar, que eu erre pelo pobre, que eu erre pelo bem, que eu erre fazendo pelos que mais necessitam”.
Antes de prestar contas com Deus ou com o diabo, Paulo terá pela frente a opinião pública de São Luís. O presidente da Câmara tem hoje em suas mãos o absurdo projeto de Plano Diretor de São Luís, com suas 67 páginas, 208 artigos e três mapas
O vereador tem toda a chance de acertar. Pode e deve ser protagonista, em favor dos que necessitam e querem viver. Ele pode agir pelo bem, atuando firmemente em favor de São Luís, pela devolução do projeto para o Poder Executivo.
Paulo tem hoje, esse poder e essa responsabilidade. O poder é transitório. A história fica!