Da Agência Tambor
Por Danielle Louise
27/03/2020
Com o mundo todo trabalhando na contenção do novo coronavírus (COVID-19), o Brasil também corre contra o tempo para evitar a proliferação da doença no país.
Atualmente, de acordo com dados do Ministério da Saúde, há 3.417 pessoas infectadas no Brasil e 92 mortes. No Maranhão, o número é de 14 pessoas contaminadas, segundo a Secretaria de Saúde do Estado.
Para controlar o novo coronavírus, especialistas estudam o comportamento dele no país. Eles destacam que é necessário ressaltar os fatores que podem contribuir para o agravamento do COVID-19 no Brasil.
Camila Amorim, médica, com residência em Medicina de Família e Comunidade pela Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis, destacou à Agência Tambor, em entrevista ao Radiojornal Tambor desta quinta-feira (26), sobre como a desigualdade social pode impactar na disseminação do vírus no país.
Ela comentou como as recomendações do Ministério da Saúde para trabalhadores ficarem casa, não utilizarem o transporte público, para não gerarem aglomeração, só é possível para uma parcela da população.
Segundo ela, essas recomendações não foram feitas para pessoas mais pobres que moram em comunidades e periferias. Essas questões são um dos fatores discutidos por especialistas no Brasil.
Além disso, Camila Amorim também enfatizou como a desigualdade social no país é um elemento a ser apontado, pelo grande número de pessoas em vulnerabilidade.
“Nós temos uma população vulnerabilizada muito grande. E o vírus escancara essas desigualdades. É um dever do Estado garantir o bem-estar das pessoas nesse período”, argumentou a médica.
Outras condições que estão sendo estudadas, são as doenças epistemológicas como dengue, zika e chikungunya, existentes no país.
A médica relatou que os estudiosos dos casos na Europa e na China não consideraram doenças infecciosas como critérios de fatores de risco do COVID-19, por não serem aspectos que afetam esses locais.
“Quando a bomba estourar aqui é que iremos saber de fato qual a relação entre a situação epistemológica do Brasil com o novo vírus”, disse ela.
Ouça a entrevista em nosso TamborCast: