O problema passa pela exploração de gás natural. No Maranhão, isso tornou-se uma gravíssima ameaça para a sociedade e o meio ambiente. O estado pode ser o primeiro no Brasil a receber projetos de exploração de gás, pela técnica de faturamento hidráulico (o poço transparente ou fracking), proibida em vários países do mundo.
A referida técnica trata com substâncias voláteis, que passam facilmente de estado liquido para o vapor, contaminando o ar podendo provocar câncer, tipo leucemia em crianças.
A informação foi passada para Agência Tambor por Renan Pereira. Ele é Gestor Ambiental e trabalha desenvolvendo projetos e programas contra a exploração de combustíveis fósseis no Brasil e América Latina. Trata-se de um ativista climático, atuando no 350.org, movimento internacional que trabalha para acabar com a era dos combustíveis fósseis, construindo um mundo de energias renováveis.
Renana deu uma entrevista ao Jornal Tambor, dessa terça-feira (27/09).
(Veja, ao final desse texto, a edição do Jornal Tambor, com a entrevista de Renan Pereira)
O Fracking é um método utilizado para realizar perfurações e extração de gás, o chamado gás xisto, ou gás de folhelho, em inglês chamado de shale gas. Segundo Renan, esse procedimento é não-convencional e perigoso para o meio-ambiente e saúde humana, por se tratar de uma energia suja. “Esse gás está a alta profundidade, mais ou menos três mil metros. Para extrair é necessário injetar mais de 600 substâncias químicas altamente cancerígenas”.
O ativista informou que são vários os prejuízos socioambientais causados pelo uso dessa técnica, como por exemplo, a contaminação do solo, do ar, das águas e o aumento significativo da violência em áreas de conflitos . “As indústrias de combustível fóssil são baseadas em um tripé nada sustentável, que é a violação dos direitos humanos, ambientais e trabalhistas”, pontuou Renan.
O ativista disse que o governo maranhense, juntamente com empresas de exploração e produção de petróleo, gás natural e comercialização de energia querem trazer para o estado uma técnica “perversa” e que não beneficia ninguém, apenas as empresas lucrando em prol de uma política de desenvolvimento “genocida”.
No final da entrevista, o ativista reforçou que organizações, entidades, movimentos que defendem a pauta de um modelo econômico mais sustentável, precisam se articular contra essa ação do estado, que ameaça a vida humana.
(Veja abaixo, em nosso canal do Youtube, o Jornal Tambor com a entrevista completa de Renan Pereira). 👇🏿👇👇🏾