Da Agência Tambor
Por Danielle Louise
26/06/2020
Foto: Pablo Monteiro
A historiadora, pesquisadora e brincante do Boi de Pindaré, Carolina Martins, conversou com a Agência Tambor, nesta quinta-feira (25) e falou sobre os 60 anos do grupo de bumba-meu-boi, além da história de resistência que envolve essa manifestação cultural no Maranhão.
De acordo com ela, o boi de Pindaré, dissidente do Boi de Viana, surgiu em maio de 1960, na praia da Ponta D’areia, tendo como seus precursores João Câncio, Apolônio Melônio, José Apolônio e Coxinho.
O grupo foi fundado em homenagem à São João, São Pedro e São Marçal e também como uma obrigação aos encantados.
Carolina Martins explicou que é por conta disso, que mesmo em meio a pandemia, os batizados dos bois são realizados.
“Os batizados acontecem pois são um compromisso com o santo”, disse a historiadora.
Além disso, a pesquisadora ressaltou que o bumba-meu-boi boi é uma resistência cultural da população preta, indígena e pobre. E já foi alvo do controle da polícia no Maranhão, no século XIX.
Segundo ela, havia o questionamento de como a cidade de São Luís, considerada Atenas maranhense, tinha essa expressão cultural.
A brincante do boi de Pindaré também destacou a mudança da valorização do bumba-meu-boi no estado. Ela evidenciou que, apesar dessa expressão cultural ter se tornado patrimônio imaterial, o próprio governo estadual valoriza mais alguns grupos do que outros. E que isso pode ser observado na programação das festas juninas.
“Hoje em dia a cultura do bumba-meu-boi é valorizada, é patrimônio imaterial. Mas e os brincantes e cantadores, eles estão sendo valorizados da mesma forma?”, questionou Carolina Martins.
Ouça a entrevista completa em nosso TamborCast.