A Federação dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares do Maranhão realizou na noite da última quarta-feira (15), o lançamento do livro “Conflitos e Lutas dos Trabalhadores Rurais no Maranhão em 2020”.
O livro descreve casos de conflitos agrários e socioambientais ocorridos no estado.
O trabalho está disponível para download, no site da Fetaema (http://fetaema.com/). E a partir de janeiro, serão vendidos exemplares do livro físico.
Essa obra da Fetaema registra o aumento da violência no campo; com ameaças e ataques do agronegócio contra posseiros, assentados, quebradeiras de coco, quilombolas e geraizeiros. O documento também conta com depoimentos de trabalhadores rurais, agricultores e agricultoras familiares expondo as brutalidades do modelo de desenvolvimento do Maranhão.
No decorrer de 2020 a FETAEMA contabilizou 79 situações de conflitos, abrangendo 165 comunidades, em 33 Municípios e envolvendo 7.262 familias e mais de 840 mil hectares de unidades familiares de trabalhadores rurais invadidos.
Nestas ocorrencias de conflito foram registrados três assassinatos de trabalhadores rurais e 79 ameaçados de morte.
O trabalho foi organizado pelo advogado Diogo Cabral, em parceria com Angela Silva e Edimilson Costa (dirigentes da Fetaema), Luís Antônio Pedrosa e Letícia de Martini (advogados), Ronaldo Sodré (geógrafo), Ana Tereza Ferreira (antropóloga), com prefácio do antropólogo Alfredo Wagner.
O advogado Diogo Cabral diz que o livro revela “uma brutalidade que atinge milhões de trabalhadores no Maranhão”. Segundo o organizador do livro toda essa brutalidade “é consequência do avanço do agronegócio, nos últimos dez anos”. Diogo diz que o trabalho também evidencia todo um processo de resistêncial social, por parte dos trabalhadores e trabalhadoras rurais.