
No início deste ano, Patativa despediu-se do palco da vida, deixando sua história marcada na trilha sonora da cultura maranhense e nacional.
Neste mês de outubro, a “menina da saia verde” completaria 88 anos. E é justamente no dia de seu aniversário, 4 de outubro, que, no Palco do Mercado das Tulhas, no Centro Histórico de São Luís, o samba rola em sua homenagem com o show “Não faça nada sem poder”, que acontece das 12h às 18h.
O ingresso é colaborativo — apenas R$ 10 por pessoa —, para fortalecer o projeto e manter o samba vivo. A programação começa com o grupo Samba de Rua, mas promete receber convidados. O realizador do evento, Noleto, da Rádio das Tulhas, será o responsável pela discotecagem para não deixar ninguém parado.

Pra nunca esquecer
Maria do Socorro Silva, a Patativa, nasceu em 5 de outubro de 1937, na cidade de Pedreiras, terra também do cantor e compositor João do Vale.
A cantora mudou-se para São Luís ainda criança e logo na juventude começou a revelar seu talento musical, cantando em rodas de amigos e em barzinhos da capital.
Segundo a tradição, o apelido Patativa surgiu a partir de uma história divertida ocorrida em um dos bairros mais boêmios e culturalmente efervescentes de São Luís: a Madre Deus.
Certa noite, em um bar, acompanhada do amigo Justo Santeiro, os dois se desentenderam, e ela o chamou de “amigo da onça”. Ele, então, retrucou: “E você, que parece uma patativa de tanto que fica cantarolando”.
A partir daí, “Patativa” virou não apenas um apelido, mas uma marca de Maria do Socorro Silva, que, como um pássaro, cantou e encantou milhares de pessoas com sua voz e sua poesia.
O sonho do seu primeiro CD
Com tanta história na música maranhense, Patativa lançou seu primeiro CD, “Ninguém é melhor do que eu”, apenas aos 77 anos, em 2014, título também da quarta faixa do álbum, totalmente autoral.
Cada composição da artista retrata um acontecimento vivido por ela ou transformado em canção. Com produção do instrumentista Luiz Júnior, em parceria com o cantor e compositor Zeca Baleiro, o disco apresenta 13 faixas selecionadas dentre muitas composições de seu vasto acervo musical.
O trabalho conta ainda com convidados especiais como Zeca Pagodinho, Simone e o próprio Zeca Baleiro. Na época, Patativa comemorou:
“Nem nos meus melhores pensamentos achei que meu primeiro disco ia ter essas participações. Não queria morrer sem fazer um disco, então estou muito feliz de ter essas pessoas comigo, essas beldades cantando as minhas músicas. É uma honra muito grande.”
Quatro anos depois, a sambista lançou seu segundo álbum, “Sou de Pouca Fala”, aos 81 anos. Produzido por Zeca Baleiro e Luís Júnior Maranhão, e lançado pela Saravá Discos, o disco reúne 13 faixas versáteis que transitam entre samba, cacuriá, mina e xote — gêneros nos quais Patativa divide os vocais com Zeca Baleiro.