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Cuba: resistência criativa diante das sanções internacionais

Cuba: a pequena ilha do Caribe vive sob bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos desde 1962. Para a professora cubana Olga Fernández, o cerco representa “uma guerra silenciosa” que tem como objetivo sufocar o povo. “O bloqueio é um instrumento muito negativo contra Cuba. Querem nos matar de fome, pela falta de medicamentos e de combustível”, afirmou durante entrevista à Agência Tambor, no programa Dedo de Prosa.

[Confira a entrevista na íntegra ao final desta matéria.]

Fernández participou da XII Jornada Internacional de Políticas Públicas (JOINPP), promovida pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), que neste ano discutiu “Imperialismo, colonialismo, racismo e guerras: balanço e perspectivas emancipatórias”, em alusão ao centenário do Serviço Social na América Latina. Ela também esteve presente na Jornada de Alfabetização de Jovens e Adultos em São Luís.

Segundo a professora, 80% dos cubanos nasceram já em condições de bloqueio. “É um fenômeno que afeta a vida cotidiana: falta de alimentos, de insumos médicos, de peças de reposição e até mesmo de combustível. Isso impede Cuba de ter uma vida normal como outros países”, explicou.

Ela lembrou que a Assembleia Geral da ONU, há mais de 30 anos, vota majoritariamente pela suspensão das sanções. “Dos 189 países, apenas dois apoiam o bloqueio: Estados Unidos e Israel. É um exemplo de genocídio contra um povo pacífico, que exporta médicos e professores, e não armas”, destacou.

A docente ressaltou ainda que, apesar das dificuldades, Cuba tem buscado alternativas econômicas. “Chamamos de resistência criativa. Ao mesmo tempo em que resistimos, trabalhamos. Desenvolvemos nossa própria vacina contra a Covid-19, investimos em energia solar e avançamos na biotecnologia com parcerias internacionais”, relatou.

Olga Fernández lembrou a solidariedade recebida de países latino-americanos, entre eles o Brasil. “Recebemos doações importantes, como arroz, alimento básico para nós. O povo cubano tem um grande respeito pelo Brasil, da mesma forma que sentimos a solidariedade de vocês conosco”, disse.

A professora também comentou a aproximação entre a situação cubana e o cenário em Gaza, em meio à guerra contra Israel. “São formas distintas de genocídio, mas ambos tentam impedir o direito de povos de viverem dignamente. No caso de Cuba, é uma guerra econômica que busca frear o socialismo e a cooperação internacional”, avaliou.

Durante sua passagem por São Luís, ela participou de encontros com educadores populares. A experiência, segundo relatou, trouxe lembranças da campanha de alfabetização em Cuba nos anos 1960. “Foi uma das primeiras ações da Revolução Cubana. Estar em contato com jovens e adultos em processo de alfabetização aqui é muito emocionante, porque mostra como nossos povos compartilham sonhos de justiça e igualdade”, afirmou.

Confira abaixo a entrevista concedida ao programa Dedo de Prosa, da Agência Tambor.

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