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Economia popular e solidária ganha reforço no Maranhão

O Maranhão conta com 16 agentes territoriais e dois coordenadores estaduais. foto: Virginia Maria Yunes / CNBB

A economia popular e solidária no Brasil ganhou novo fôlego com o Programa de Formação Paul Singer, lançado em 2024 pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em parceria com a Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro).

No Maranhão, a iniciativa conta com 16 agentes territoriais e dois coordenadores estaduais, mobilizando sociedade civil, instituições públicas e movimentos sociais para implementar a Lei nº 15.068/24, que estabelece as diretrizes e os objetivos para o desenvolvimento de empreendimentos baseados na cooperação e solidariedade, como cooperativas e associações.

A proposta é articular e fortalecer empreendimentos econômicos solidários por meio da formação, organização e ação comunitária, numa abordagem político-pedagógica que busca promover o bem viver, a sustentabilidade e a justiça social.

“Esse programa é uma missão cara para a construção de um projeto mais avançado, que articule e mobilize os empreendimentos de economia popular e solidária”, afirma Cidevaldo Miranda, coordenador estadual que esteve presente no programa Dedo de Prosa, da Agência Tambor, em companhia da também coordenadora, Maria Santana Lago Freire.

[Confira ao fim desta matéria a entrevista na íntegra.]

Ele ressalta que os agentes, distribuídos em dez territórios maranhenses, atuam como multiplicadores: “Agente significa agir, para que os outros também ajam”.

Maria Santana destaca que a economia solidária se diferencia por trabalhar o coletivo, não o individual. “Ela valoriza o saber local e contrasta com o capitalismo, que privilegia quem tem mais. Aqui, todos têm o mesmo valor, ninguém manda mais que o outro”, explica.

Ambos enfatizam que o programa representa uma retomada após o enfraquecimento das políticas de fomento durante o governo anterior e as dificuldades trazidas pela pandemia. “É um pontapé inicial para dizer que é possível reorganizar e fortalecer os grupos”, diz Maria.

Para o MTE, a economia solidária é um instrumento de desenvolvimento inclusivo, que une produção, consumo consciente, preservação ambiental e autogestão. Segundo Cidevaldo, “a diferença está no processo democrático, onde todos participam da tomada de decisões e se veem naquilo que produzem e consomem”.

O programa busca integrar ações com outras políticas públicas, como os Pontões de Cultura e o projeto de Agentes Populares de Educação em Saúde. Exemplos práticos já existem, como a “Justa Trama”, cadeia produtiva que transforma algodão ecológico cultivado no Ceará em roupas confeccionadas no Rio Grande do Sul, sem agredir o meio ambiente.

Os coordenadores convidam associações, cooperativas, sindicatos, movimentos sociais, igrejas e coletivos a se engajarem. “Recebam nossos agentes com carinho e contribuam. O programa só tem a ganhar, e quem mais se beneficia é a população”, reforça Maria.

Iniciativas como o fundo rotativo solidário, que financia famílias e reinveste os recursos pagos para atender novos grupos, mostram a capacidade da economia solidária de gerar inclusão e autonomia. “É uma tecnologia social que resolve problemas coletivamente, sem juros e com possibilidade de pagamento em produtos”, afirma Cidevaldo.

Veja agora a entrevista completa com os coordenadores do Programa de Formação Paul Singer no Maranhão, no Dedo de Prosa, da Agência Tambor.

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