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Casa Fanti Ashanti celebra Oxalá com grande festa em São Luís

Tambor de Mina encerrando as festividades para Oxalá na casa Fanti Ashanti, em 2024 Foto: acervo da Casa Fanti Ashanti

A tradicional Casa Fanti Ashanti, um dos mais respeitáveis terreiros de matriz africana no Maranhão, realiza neste mês de julho a sua grande festividade anual em homenagem a Oxalá, patrono da casa e considerado pai de todos os oris (cabeças). Com uma programação marcada pela religiosidade, ancestralidade e resistência cultural, a comemoração reúne o Candomblé, Jeje-Nagô e o Tambor de Mina, reafirmando o valor das religiões de matriz africana em São Luís.

Programação da festividade

A festividade tem início no domingo, dia 13 de julho, com a tradicional Missa em honra ao Divino Espírito Santo, às 06h30, na Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no bairro Cohab. Logo depois, às 08h30, ocorre a Salva do Divino, ato que marca a abertura oficial da celebração.

Os toques para Oxalá começam na quarta-feira, dia 16 de julho, às 21h, com o Candomblé em honra ao orixá patrono. Na noite seguinte, 17 de julho, também às 21h, os atabaques rufam para todos os orixás, reverenciando as divindades e os ancestrais cultuados na Casa.

Noite de Tambor de Mina na Casa Fanti Ashanti, sob o comando de Mãe Kabeca de Xangô

Nos dias 18, 19 e 20 de julho, sexta, sábado e domingo, sempre às 21h, os tambores do Tambor de Mina, manifestação religiosa afro-maranhense, assumem o terreiro com três noites de festa dedicadas a Oxalá.

Resistência, identidade e memória viva

Fundada pelo babalorixá Euclides Talabyan na década de 1950, a Casa Fanti Ashanti é um dos mais respeitados e antigos terreiros de São Luís, e referência nacional no culto de matriz africana. Localizada no bairro Cruzeiro do Anil, a casa é símbolo de resistência contra o racismo religioso e as tentativas históricas de silenciar as religiões de matriz africana no Maranhão.

De acordo com o fotógrafo e pesquisador Márcio Vasconcelos, que dedicou um extenso ensaio documental sobre o terreiro, a Casa Fanti Ashanti carrega importância que vai além do campo religioso, funcionando como espaço de identidade negra, de amparo de tradições africanas e de formação cultural e política. Ao longo de mais de 70 anos, o terreiro construiu pontes entre as culturas afro-brasileiras e as juventudes urbanas de São Luís, mantendo viva a tradição dos orixás e voduns.

A festa de Oxalá, além de religiosa, é um ato político e de afirmação cultural. Por meio dos toques, missas e salvas, a comunidade negra reafirma a sua presença, a sua fé e o direito de manter vivas as tradições de seus ancestrais em meio às contradições da cidade moderna.

A programação completa está disponível nas redes sociais da Casa Fanti Ashanti e aberta a todas as pessoas que desejam participar.

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