Da Agência Tambor
Por Danielle Louise
05/05/2021
Foto: Divulgação
O governo federal informou que não tem orçamento para realizar o Censo Demográfico, que inicialmente iria acontecer em 2020, e este fato gerou discussões sobre o problema que isto pode ocasionar. Por conta disto, o ministro Marco Aurélio do STF determinou que sejam adotadas medidas para a efetivação deste Censo. O governo ainda poderá recorrer.
O presidente do Conselho Nacional de Direitos Humanos e defensor público federal, Yuri Costa, e o geógrafo, professor e integrante do Núcleo de Estudos Geográficos (NEGO) da UFMA, Luiz Eduardo Neves, falaram sobre o tema em entrevista ao Jornal Tambor, nesta quarta-feira (5).
Yuri Costa esclareceu que o papel do Censo é projetar para a década seguinte as políticas públicas nos eixos federativos do Brasil. E, de acordo com ele, quando há prejuízo tanto na realização, quanto na periodicidade – já que deve ser feito de dez em dez anos desde 1940 -, há um apagão nos dados.
O defensor público evidencia que é uma forma estrutural no Brasil, pois toda política pública é feita com informações do Censo. “Sem informação não temos a premissa do que planejar, não sabemos nem o que estamos tateando para fins de construção de política públicas”, diz ele.
Para Luiz Eduardo Neves, a não realização do Censo pode ser comparada com a demissão do diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ricardo Galvão, em 2019, após apresentar dados sobre o avanço do desmatamento na Amazônia. Ele pontua que é um meio de Bolsonaro ocultar dados importantes sobre a situação no país.
“A verdade não interessa para esse governo”, asserta o geógrafo.
Ele ressalta que as informações colhidas pelo Censo Demográfico são uma ferramenta importantíssima para a ciência.
Ouça a entrevista completa em nosso TamborCast.