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Reserva em São Luis: “Precisamos sensibilizar o governo Lula e toda a sociedade brasileira”

Campanha em favor da reserva foi lançada no Sindicato dos Bancários, no centro de São Luis Imagem: Agência Tambor

A campanha “Resex Tauá-Mirim Já” foi oficialmente lançada. A iniciativa é mais uma ação do Conselho Gestor da Resex para fortalecer a mobilização social e garantir o reconhecimento da Reserva Extrativista (Resex) Tauá-Mirim, no município de São Luis, Maranhão.

Uma Reserva Extrativista (Resex) é uma modalidade de Unidade de Conservação no Brasil, criada para proteger a natureza e garantir os direitos dos povos e comunidades tradicionais.

Para a apresentação da iniciativa, no sábado (26/04), às 8h, reuniram-se no Sindicato dos Bancários do Maranhão (SEEB/MA), no centro de São Luís, lideranças comunitárias da região da Resex, diferentes organizações sociais, movimentos, pesquisadores, professores, estudantes e vários apoiadores da causa em favor da vida.

Na ocasião, foi dado inicio a circulação de um abaixo-assinado para uma petição que será entregue ao Governo Federal com a solicitação do O DECRETO DE CRIAÇÃO DA RESERVA EXTRATIVISTA TAUÁ- MIRIM.

“Precisamos sensibilizar o governo Lula e toda a sociedade brasileira, diz Jercenilde Cunha, assistente social, moradora da zona rural de São Luis e uma das mobilizadoras da campanha.

Jercenilde Cunha, moradora da Zona Rural de São Luis – região onde nasceu e foi criada – diz que governo Lula precisa ser sensibilizado
Imagem: Agência Tambor

Segundo Jercenilde, “a reserva de Tauá-Mirim está diretamente ligada ao enfrentamento da crise climática e à continuidade da vida na ilha de São Luís”.

Sobre a reserva

A Resex de Tauá Mirim é considerada vital para a proteção da natureza e a conservação da biodiversidade, garantindo a segurança alimentar e o sustento das comunidades locais.

A região abriga uma rica biodiversidade, com florestas tropicais, rios extensos, manguezais e diversos ecossistemas. 

Parte da Amazônia Legal, a reserva de São Luis é composta por 12 comunidades: Taim, Rio dos Cachorros, Limoeiro, Porto Grande, Cajueiro, Vila Maranhão, Portinho, Jacamim, Amapá, Embaubal, Ilha Pequena e Tauá-Mirim.

O território localizado na zona rural da capital do Maranhão possui mais de 16 mil hectares, com perímetro de 71,21 km, e cerca de 2,2 mil famílias vivem na região.

Desde 2003, as comunidades lutam pelo reconhecimento e decreto oficial da Resex Tauá-Mirim. No entanto, essa luta bate de frente com grandes empreendimentos, como portos, rodovias, ferrovias e indústria de alumínio, tudo voltado para a exportação de commodities.

As comunidades dos territórios buscam preservar suas práticas tradicionais e os ecossistemas contrapondo aos impactos negativos provocados pelo avanço de empreendimentos industriais e portuários na região.

Pescadores artesanais da comunidade tiram sua subsistência da região Imagem: Luana Appel

A Resex de Tauá-Mirim é um território que gera alimento, vida, biodiversidade e cultura, além de morada de diversos Encantados da tradição afro-indígena do Maranhão e uma região costeira amazônica rica em águas e florestas, que concentra grande parte dos já citados manguezais, fundamentais para o equilíbrio das marés e o trabalho das comunidades.

Apoiadores

A inicitaiva já recebeu diversas manifestações de apoio e, a cada dia vai tomando mais força e vigor. Uma dessas manifestações foi a do Padre Brayan, da Paróquia de Boa Viagem.

“Em sintonia com os princípios da Campanha da Fraternidade 2025 e os apelos do Papa Francisco em sua mensagem, que é um chamado à conversão ecológica e ao cuidado com a Casa Comum, é necessário pensarmos sobre a fraternidade e ecologia integral. Esse projeto da resex é essencial para assegurar o bem da criação, que atende 12 comunidades”, disse o religioso.

O comunicador popular Raimundo Quilombola, da Rádio TV Quilombo, ressaltou a necessidade de defender esse território (Tauá-Mirim), uma fonte de vida, cultura e ancestralidade.

“Querem transformar o local em um grande centro industrial e portuário. Precisamos apoiar a comunidade que luta e resiste por sua cultura, pela natureza e por suas vidas. Essa luta é de todos nós”, conclamou o comunicador quilombola.

Carlos Pereira, da Associação Tijupá, chamou atenção para os prejuízos diretos à produção de alimentos na comunidade com os grandes empreendimentos que querem se instalar no local e no entorno.

“Tauá-Mirim tem uma grande diversidade de produção, mas sofre com os empreendimentos instalados ao seu redor. Ainda assim, a força da resistência dessas pessoas permanece”.

Apoie também e participe do abaixo-assinado.

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