Os Ferroviários do Maranhão, Pará e Tocantins tiveram uma grande conquista no mês de dezembro. O STEFEM, o sindicato que representa a categoria, garantiu a posse definitiva da valorizada e conhecida Colônia de Férias dos Ferroviários.
O imóvel, localizado em São Luís, a 400 metros da praia do Araçagi, passa agora a fazer parte do patrimônio do sindicato. A área que abriga a Colônia de Férias, com seus 14.400 m², foi arrematada pelo STEFEM em um leilão realizado em 2 de dezembro, por determinação da Justiça.
Para obter a posse da Colônia de Férias, o sindicato investiu R$ 4.016.831,14 (quatro milhões, dezesseis mil, oitocentos e trinta e um reais e quatorze centavos). Trata-se de um valor obtido por meio de um empréstimo, a ser pago em vinte anos, com a menor taxa do mercado.
Em 2024, a história da categoria com a Colônia de Férias dos Ferroviários completou 32 anos. O STEFEM considera fundamental que se conheça e valorize esse longo processo, que resultou na histórica vitória da categoria, ocorrida em dezembro de 2024.
Função Social
Ao longo de mais de 30 anos, a Colônia de Férias dos Ferroviários beneficiou diretamente trabalhadores do Maranhão, Pará e Tocantins, incluindo aqueles que atuam nas minas de Carajás.
Com a administração do espaço pelo Sindicato dos Ferroviários, a categoria passou a contar com hospedagem em São Luís, no bairro do Araçagy, a apenas 400 metros da praia.
Trata-se de uma estrutura que foi além do lazer e assumiu uma importante função social, com seus 31 chalés, campo de futebol, quadra, salão de festas e área de convivência.
A Origem
A Colônia de Férias foi construída pela Companhia Vale do Rio Doce, antes de sua privatização.
Inaugurada em 1992, a posse do imóvel ficou com o Serviço Social das Estradas de Ferro (SESEF), que já era o proprietário do terreno.
Concluída a obra, a administração da Colônia passou para o STEFEM, por meio de um contrato de comodato com o SESEF, que permitiu o uso do imóvel pelos trabalhadores e trabalhadoras ferroviários.
Crise
Os problemas envolvendo a Colônia de Férias dos Ferroviários começaram em 1997, com o sucateamento e a privatização das estradas de ferro no Brasil, além da privatização da Companhia Vale do Rio Doce.
A partir de então, as contribuições financeiras que eram destinadas ao SESEF passaram a ser direcionadas ao SESI, o Serviço Social da Indústria.
Diante dessa nova realidade, o SESEF tentou inclusive romper o comodato com o STEFEM em relação à Colônia de Férias dos Ferroviários. O prazo do contrato era de 30 anos, mas poderia ser rompido.
Contudo, após lutas, investimentos e negociações conduzidas pelo STEFEM, o comodato foi mantido. E a Colônia continuou a serviço da nossa categoria.
Falência do SESEF
A crise financeira que atingiu o SESEF a partir de 1997, quando a instituição perdeu a sua fonte pagadora, agravou-se com o tempo, resultando em dívidas milionárias.
Para atender aos credores, o SESEF precisou oferecer seus bens como garantia, culminando na sua falência.
Os bens do SESEF começaram a ser alvo da Justiça em 2009. Nesse contexto, a categoria ferroviaria passou a enfrentar o sério risco de perder a Colônia de Férias localizada na cidade de São Luís.
A situação chegou ao ponto de a Justiça determinar que o imóvel fosse levado a leilão, em 2024.
Dessa forma, ao longo do ano de 2024, os Ferroviários simplesmente enfrentaram a perda da Colônia de Férias.
Conquista Histórica
No último dia 2 de dezembro, data do leilão, o STEFEM conseguiu recuperar a Colônia de Férias dos Ferroviários.
A partir de agora, os 14.400 m² da Colônia estão sob a posse definitiva do sindicato e, consequentemente, da categoria ferroviaria, das trabalhadores e trabalhadoras do Maranhão, Pará e Tocantins.
Por isso, diante da função social da Colônia de Férias, os ferroviários e o STEFEM estão comemorando a vitória histórica.
Informações: STEFEM