Apesar das diversas violações de direitos que as comunidades tradicionais no Maranhão têm vivenciado em seus territórios, elas continuam resistindo e produzindo alimentos saudáveis, garantindo comida na mesa dos maranhenses.
Na 2ª Festa da Colheita das Comunidades em Luta, realizada nos dias 26 e 27 de outubro, no povoado Guaribas, município de Urbano Santos, centenas de camponeses, quilombolas, indígenas, e trabalhadores do campo e da cidade, vindos de diversas regiões do estado, denunciaram e discutiram estratégias para combater os conflitos no campo.
A Festa é uma iniciativa do Movimento Fóruns e Redes de Cidadania do Maranhão e reuniu pessoas de 20 municípios maranhenses.
O Jornal Tambor de sexta-feira (01/11) abordou o tema, entrevistando Márcia Bezerra, integrante dos Fóruns e Redes de Cidadania (FRC).
(Veja, ao final deste texto, a íntegra da entrevista com Márcia Bezerra)
Segundo a organização do evento, toda a alimentação disponível para venda e consumo foi produzida pelas comunidades.
Márcia explicou que isso foi possível porque essas pessoas não desistiram de lutar e resistir a todo tipo de violência dentro de seus territórios.
“Foi muito lindo ver as comunidades camponesas se organizarem e trazerem seus peixes, carne suína e bovina, feijão, farinha, galinha, arroz e outros alimentos. Além disso, ainda houve o compartilhamento de sementes crioulas”, comentou a integrante dos Fóruns e Redes de Cidadania.
Márcia ressaltou que as comunidades tiveram a oportunidade de compartilhar a rica experiência dos projetos populares, principalmente as roças coletivas.
O evento foi um espaço de enfrentamento aos latifundiários e também de exposição dos alimentos produzidos para o sustento e consumo das famílias.
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Em relação às denúncias, ela destacou que o maior problema é o avanço do agronegócio, dando como exemplo a região do Baixo Parnaíba Maranhense.
A entrevistada chamou atenção para leis que intensificam a violência no campo e o desmatamento, como a Lei da Grilagem.
A integrante do FRC apontou que “essa legislação é cruel para a vida das famílias que vivem em contato direto com os conflitos”.
(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Márcia Bezerra)