Os caemeiros e as caemeiras decidiram voltar à mesa de negociação na segunda-feira (07/10), conforme propôs a diretoria da CAEMA.
Além de seguir buscando o diálogo, a categoria também aprovou um indicativo de greve de 48 horas para os dias 17 e 18 de outubro, caso a diretoria da empresa não apresente uma proposta adequada.
Essa decisão foi tomada em assembleia geral, realizada nesta quinta-feira (03/10), após forte mobilização da categoria. A reunião ocorreu na porta da sede da Companhia, em São Luís.
A proposta atualmente em negociação foi apresentada na semana passada e rejeitada pela categoria em assembleia anterior, sendo considerada “indecente e inaceitável”, pois, segundo os trabalhadores, propôs que “a categoria abrisse mão de todo o retroativo de adicionais devidos pela empresa”.
O Sindicato e a categoria decidiram juntos suspender a passeata que ocorreria nesta quinta-feira para o Palácio dos Leões, dando mais uma chance à negociação, mas sem se iludir quanto ao comportamento da diretoria da CAEMA.
Força da categoria
Os caemeiros e caemeiras realizaram uma forte mobilização para a assembleia de quinta-feira (03/10), na porta da sede da Companhia, em São Luís.
Segundo apuramos, houve repressão para tentar desmobilizar a assembleia, incluindo boicote por parte da diretoria da CAEMA, com artifícios e estratégias para esvaziar o movimento e intimidar os trabalhadores. Apuramos que houve reunião de gestores, proibição do uso do pátio da empresa para a realização da assembleia, acionamento da polícia, envio de mensagens de chefes para que os trabalhadores só comparecessem no turno da tarde, ameaça de corte de ponto a partir do meio-dia, impedimento do uso da eletricidade pelo carro de som, enfim, um verdadeiro show de práticas antissindicais, que não passou despercebido.
Cadê as informações?
Além de não apresentar nenhuma proposta para o pagamento do passivo do dissídio de 2019, a diretoria da CAEMA sugere que o Sindicato dos Urbanitários faça uma proposta, sem repassar todas as informações necessárias para que o Sindicato possa elaborá-la adequadamente.
Na relação de informações repassada pela CAEMA, com os valores devidos a cada trabalhador, a empresa não menciona os trabalhadores desligados de 2019 até o momento, que também têm direito ao passivo. O Sindicato não negociará o pagamento apenas aos ativos, prejudicando aqueles que dedicaram uma vida à empresa.
O Sindicato dos Urbanitários, com quase 40 anos de luta em defesa inabalável dos direitos dos caemeiros e caemeiras, reafirma sua responsabilidade em proteger os direitos dos trabalhadores e buscar a solução das pendências trabalhistas pela via da negociação, até que essa possibilidade se esgote.
No entanto, a diretoria da CAEMA já percebeu que a paciência também tem limite, com a mobilização permanecendo forte, e o processo de greve não está descartado.