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Em Viana: Lixão está adoecendo Indígenas Akroá Gamella

Foto: Povo Akroá Gamella

O povo indígena Akroá Gamella denuncia que há mais de dez anos sofre com um lixão que está localizado em seu território Taquaritiua, no município maranhense de Viana. Eles relatam que já tentaram contatar a prefeitura, no entanto não solucionaram o problema.

A situação é grave! A informação é que os indígenas têm sofrido com a degradação ambiental e o adoecimento por conta do acúmulo de lixo, especialmente na aldeia Tabareuzinho. Na região vivem cerca de 100 famílias.

Na denúncia consta poluição nas nascentes dos rios, nos igarapés, juçarais afetados, peixes contaminados, além do impacto em comunidades adjacentes.

Os lixos espalhados também estão localizados a poucos metros de uma escola, afetando os alunos e alunas.

Para falar sobre a situação, o Jornal Tambor de quarta-feira (28/08) entrevistou Natividade Rocha e Benedito Cutrim. Eles são da etnia de Akroá Gamella, moradores da terra indígena Taquaritiua.

(Veja, ao final deste texto, o Jornal Tambor com a íntegra da entrevista de Natividade Rocha e Benedito Cutrim.)

Benedito Cutrim expôs que a prefeitura de Viana transferiu este lixão da comunidade de Bacurizeiro para o território de Taquaritiua. A pretensão seria fazer outro lixão na localidade. 

Ele conta que um representante da Secretaria Municipal de Infraestrutura (SEMIN), quis fazer um acordo para melhoria do lixão. Mas o que os Akroá Gamella querem é a retirada por completo devido aos danos na saúde deles e a degradação ambiental.

“Não temos mais quase o que comer, já que está tudo contaminado. Não temos outro lugar para ir, porque essas são nossas terras”, enfatizou Benedito.

Leia também: Comunidades de Barrerinhas ameçadas pelo agronegócio

Se não bastasse a prefeitura de Viana, os entrevistados revelaram que a gestão municipal de Matinha também quer fazer um lixão no território.

Os indígenas estão tomando a medida drástica de barrar os caminhões de coletas de lixo para que não despejem mais dejetos em suas terras.

Natividade destacou que onde fazem sua roça (modo que se sustentam) está devastado, contaminado com lixos. Segunda ela, ainda que a prefeitura faça a limpeza do lixão, a terra já ficou afetada.

“Quando vamos para a roça temos que ir preparados com medo de cacos de vidros, agulhas de hospitais espalhados”, denunciou a indígena. 

Além disso, de acordo com Natividade, familiares, como seu neto, já ficaram doentes devido ao acúmulo de lixos.

A denúncia foi feita ao Ministério Público do Maranhão. Agora eles aguardam uma solução definitiva. Eles também pedem ajuda à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).

O outro lado

A Agência Tambor entrou em contato com a prefeitura de Viana, a prefeitura de Matinha e com a Funai. Assim que nos responderem essa matéria será atualizada.

(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Natividade Rocha e Benedito Cutrim)

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