A Justiça do Maranhão, por meio da Vara Agrária, reconheceu a posse dos camponeses do Povoado Flexeiras, no município maranhense de Arari.
Durante anos, a comunidade estava lutando contra a invasão de latifundiários em suas terras, resultando em diversas violências contra os moradores.
Nesse período as comunidades de Arari continuaram a luta, resistindo. Após muitas mobilizações a vitória foi obtida. A decisão veio por meio da juíza agrária, Luzia Madeiro Neponucena.
Esse fato representa uma conquista para os camponeses da baixada e de outras regiões do Maranhão.
Para falar sobre esse assunto, o Jornal Tambor de quarta-feira (31/07) entrevistou Iriomar Teixeira. Ele é advogado e assessor jurídico dos Fóruns e Redes de Cidadania.
(Veja, ao final deste texto, o Jornal Tambor com a íntegra da entrevista de Iriomar)
Segundo Iriomar, essa decisão judicial representa um êxito e um importante fato histórico na comunidade Flexeiras.
Além disso, ela reforça que se a comunidade não tivesse permenacido organizada e vigilante questões como estas não seriam possíveis.
“O poder judiciário reconheceu aquilo que as comunidades e movimentos sociais vêm dizendo há anos, que as posses das terras são da comunidade”, afirmou o assessor jurídico do FRC.
O advogado ressaltou que agora é fundamental e urgente que o estado do Maranhão reconheça os domínios de outras áreas que também são públicas.
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Iriomar também reforçou a importância da Vara Agrária. Com a criação dela, segundo o advogado, é possível que os quilombolas, os povos indígenas, os camponeses possam pautar essas demandas existentes no estado. Também desafoga o poder judiciário, colocando pessoas que atuem diretamente com esses tipos de caso, como o do município de Arari.
Sobre Flexeiras, ele disse que foi “uma vitória de todos os povos! É uma prestação de contas com a memória daqueles que tombaram na luta. A memória dessa pessoas permanecerá para sempre viva na comunidade”, enfatizou Iriomar Teixeira, lembrado dos seis brutais assassinatos de camponeses ocorridos no município de Arari, por conta de conflitos de terras, nos últimos cinco anos.
(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Iriomar)