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Coordenadora do Papo de Crente comenta queda no apoio de evangélicos à agenda bolsonarista

Foto: Lídia Rosa, do Papo de Crente

Uma pesquisa recente do Datafolha revela uma queda evidente no apoio dos evangélicos à agenda bolsonarista. Os dados, divulgados no dia 22 de julho, mostram uma mudança significativa em comunidades que anteriormente estavam alinhadas ao ex-presidente. A pesquisa, focada na cidade de São Paulo, teve repercussão em todo o país.

Em entrevista à Mídia Ninja, a vereadora evangélica de Goiânia, Aava Santiago (PSDB), que exerce forte liderança na sua região, comentou os resultados da pesquisa e os fatores que contribuem para essa mudança.

Segundo Santiago, “a radicalização do bolsonarismo, sem atender às demandas reais dos evangélicos, levou à desilusão. Os fiéis começam a questionar: ‘Entregamos tudo a Bolsonaro, e o que ganhamos de volta?’”

Em São Luís do Maranhão, a pesquisa também causou impacto. A assistente social Lídia Rosa, que, em parceria com o pastor Lyndon de Araújo Santos, coordena o programa Papo de Crente da Agência Tambor, abordou o assunto.

Fake News bolsonaristas

Segundo Lídia Rosa, que é da Igreja Quadrangular, “muitos evangélicos estão se afastando da influência dos magnatas da fé e despertando para a realidade, enxergando melhor os malefícios do bolsonarismo”.

Muitos evangélicos já sabem das mentiras espalhadas pelo bolsonarismo

Na opinião da coordenadora do Papo de Crente, “irmãos e irmãs foram adoçados pela propagação exaustiva das Fake News, cujo papel foi unicamente confundir a cabeça do eleitor”.

Lídia Rosa afirma que “na relação entre evangélicos e o projeto bolsonarista, alguns irmãos foram, de certa forma, coagidos a seguir as ideias de um suposto plano de governo que pregava a retomada dos valores cristãos e da ‘família’”.

Ela observa que “hoje se percebe que o governo bolsonarista deixou de lado pautas importantes, principalmente para a população pobre e mais vulnerável, que constitui uma considerável parcela da população evangélica e brasileira”.

Lídia também ressalta a importância de abertura ao diálogo por parte dos diferentes grupos evangélicos, destacando o trabalho do “bom jornalismo associado à comunicação popular”, que, na opinião dela, “expõe uma ideologia que se sustenta num discurso de ódio, intolerância e tantas outras aberrações”.

A coordenadora do Papo de Crente espera que “os povos cristãos continuem a entender que qualquer governo que não busque a justiça social e a preservação da dignidade humana não serve e não servirá para o Brasil”.

Bolsonarismo não tem política de combate à fome

A pesquisa

Temas como o armamento da população, a educação escolar em casa e a defesa da prisão para mulheres que decidem interromper uma gravidez são cada vez menos uma agenda majoritária entre evangélicos.

A pesquisa do Datafolha revelou que a maioria dos evangélicos paulistanos é favorável à educação sexual nas escolas, totalizando 74% a favor e 25% contra.

Em relação às pessoas homossexuais e transexuais, os evangélicos paulistanos também apresentam visões variadas: 57% são contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, 26% a favor, 13% indiferentes e 5% não souberam responder. No entanto, a pesquisa apontou que a maioria, ou seja, 86%, acredita que as igrejas devem acolher homossexuais e transexuais, contra 12% que discordam.

Outro dado da pesquisa revela que a maioria – 53% – discorda que o Brasil deva apoiar Israel em todas as suas guerras. Desses, 34% são totalmente contrários e 19% discordam parcialmente da premissa. Apenas 38% dos entrevistados concordam com a defesa irrestrita de Israel, sendo que 23% o fazem integralmente e 15%, em parte.

Muitos evangélicos não querem a violência
estimulada pelo bolsonarismo
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