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Editorial – O pior São João e a maior dor de uma mãe

Maranhão está diante de uma tragédia irreparável.

A desgraça passa pelo governo do Maranhão, que começou a construir no estacionamento do Castelão, em São Luís, o palco para o um “novo São João”.

O governo está montando a estrutura onde acontecerá os shows das milionárias “atrações nacionais”, daquele que promete ser “o maior São João do mundo”.

A pista de atletismo foi interditada, por conta desta obra.

Na quinta-feira (23/05), uma criança de 13 anos treinava atletismo para os jogos escolares, nos arredores do Castelão, próximo a pista interditada. Foi atropelada no local e veio a óbito. É uma tragédia irreparável.

Um governo faz uma obra para um evento e não tem o mínimo de planejamento. Além de não ouvir os promotores da cultura local, não ouve as comunidades impactadas.

O governo do Maranhão não investe no esporte, usa um espaço esportivo de maneira autoritária e inadequada, desconsiderando as atividades que são feitas no local e as pessoas que ali circulam.

O governo de Carlos Brandão NÃO se preocupa com a vida. O nível da poluição do ar em São Luís e o apoio incondicional a invasão do agronegócio já evidenciam o descaso. A violência contra a cultura é parte deste descaso absoluto.

Agora uma criança pobre morreu, um maranhense pobre! A mãe do Victor Gabriel teve que fazer vaquinha para enterrar o filho, com o mínimo de dignidade.

E quem se importa com as crianças pobres do Maranhão?

Estamos padecendo com a naturalização da violência. Esta naturalização das desgraças é a maior violência contra pessoas inocentes do Maranhão.

A morte do Victor Gabriel tem relação direta com a péssima gestão do atual governo do estado e com a aceitação da violência.

Infelizmente o Maranhão não tem atualmente uma oposição autêntica. Temos súditos de um sistema que promove e naturaliza a barbárie. E muitas vozes se calam!

Como se não bastasse a promoção de um São João que antes de começar já é o pior da história, temos agora a morte de Victor Gabriel.

O estado do Maranhão precisa ser responsabilizado e responder pela morte desta criança.

E se o filho fosse o seu?

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Anaclea de Araujo Assis

Senti e sinto a dor dessa perca há 6 anos.
Quanto ao nosso São João é preciso que o povo maranhense faca alguma coisa pra que esse governo porcaria não mate a nossa tradição.
Boicotar esse São de Aráque brandãonista seria a melhor opção.


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