Da Agência Tambor
Por Danielle Louise
01/04/2020
Com casos de pessoas infectadas do novo coronavírus, aumentando em todo o Brasil, uma das preocupações dos órgãos públicos de saúde são os moradores das zonas mais pobres do país que não possuem estrutura para realizarem o isolamento social. No entanto, pensando nisso, muitas pessoas estão se engajando no auxílio à essa população.
Considerando estas dificuldades, o analista de sistemas, Jhonny Mesquita, desenvolveu o projeto Central de Apoio Popular do Maranhão, que arrecada doações aos cidadãos vulneráveis durante a pandemia do novo coronavírus.
Segundo ele, a ideia surgiu quando percebeu que diversos indivíduos queriam dar suporte à outros, mas não sabiam quais necessidades ou como chegarem até essa população mais pobre.
“Percebi que algumas pessoas não ajudavam por não ter a certeza da necessidade da outra. Muitas nem mesmo chegam a saber do quão pouco elas precisam doar para fazer a diferença na vida de outras.”, disse ele.
O projeto pretende atender todo o Maranhão. O foco atual das doações gira em torno dos itens de higiene e alimentação, mas pode atender outras demandas conforme a necessidade.
De acordo com último censo do IBGE, de 2018, mais de um milhão de maranhenses vivem em situação de extrema pobreza no estado. Os dados mostraram que em dois anos o percentual aumentou de 16,9% (correspondente a quase 1,1 milhão de pessoas), para 19,9% (1,3 milhão).
Os números escancaram a realidade da pobreza no Maranhão e expõem a incerteza de que essa população possa manter-se em quarentena e isolamento social sem auxílio do Estado.
“Já percebo a dificuldade em várias famílias, e enquanto o governo federal e estadual não amparam, essas pessoas só podem contar com nossa sensibilidade ao bem-estar coletivo”, observa o criador do projeto.
Para dar um apoio financeiro à parte da população mais vulnerável, o Senado Federal aprovou, no dia 30 de março – depois de o Projeto de Lei ter sido aprovado pela Câmara Federal -, um o auxílio emergencial de R$ 600 para trabalhadores informais de baixa renda, por três meses. O PL segue agora para sanção do presidente Jair Bolsonaro.
No entanto, enquanto esse auxílio não chega até as famílias, essa população continua vulnerabilizada. E, além disso, ainda há a outra parcela que não está dentro dos critérios determinados para o recebimento desse apoio emergencial.
Jhonny Mesquita indica que apesar das doações coletivas é necessário a intervenção do Estado.
“Após amparo pelos governos, teremos menos famílias precisando de apoio popular para não precisarem escolher entre ir pra rua, correr o risco (de contaminação) ou passar fome em casa. Mas creio que ainda se fará necessária a intervenção popular, dado o nosso histórico de pobreza”, destacou o analista de sistema.
Para quem também quiser contribuir com o projeto basta acessar o Instagram @centraldeapoio.ma ou entrar em contato com o Jhonny Mesquita no número (98) 984756844.