Da Agência Tambor
Por Danielle Louise
07/01/20
No segundo programa do ano do Radiojornal Tambor, realizado nesta terça-feira (7), o entrevistado foi o sociólogo, doutor em Ciências Sociais/UFMA e professor, Bartolomeu Mendonça, eleito presidente da APRUMA (Sindicato dos Professores da Universidade Federal do Maranhão) no dia 16 de dezembro de 2019, que conversou sobre os desafios de sua gestão no cenário atual e os desmontes das universidades públicas do Brasil, no governo de extrema-direita do presidente Jair Bolsonaro.
Bartolomeu Mendonça destacou no podcast, que um dos principais entraves para a educação brasileira é a tentativa de implementação do projeto do Futuro-se, proposta “carro-chefe” do ministro da educação Abraham Weintraub, nas universidades federais do país. Ele comentou que é por meio dessa proposição que o governo tentará desmontar a estrutura atual da educação pública nas instituições, portanto, para defendê-la, é necessário a unidade da categoria. “É preciso sensibilizar o professor que ele precisa defender a universidade pública”, ponderou o professor.
Ele também certificou, durante o programa na Tambor, que há sim melhorias a serem feitas na educação superior do Brasil. No entanto, do modo que o ministro da educação quer instituir, apenas contribuirá para o enfraquecimento das instituições públicas que possuem diversos serviços relevantes para a sociedade, através de suas pesquisas científicas e projetos de extensão.
Comentando, ainda, sobre a necessidade da unificação dos profissionais da educação, o professor também explicou que o principal objetivo do governo com o Futuro-se é transformar a educação em mercadoria e, dessa forma, implantar a privatização das universidades públicas. Por conta disso, torna-se ainda mais importante a mobilização da APRUMA diante o atual cenário. “A categoria entendeu que é necessário fortalecer a APRUMA nesse momento, combatendo a retirada dos investimentos na educação”, frisou.
Além disso, o atual presidente da APRUMA ressaltou sobre a importância da defesa da autonomia universitária, já que o governo Bolsonaro quer aparelhar e interferir na escolha dos reitores, por meio da Medida Provisória 914. “É importante que de fato as unidades acadêmicas tenham autonomia sobre a escolha de seus representantes nas universidades”, enfatizou ele no programa da Tambor.
Segundo ele, para que esses desmontes na educação sejam combatidos, também é necessário reelaborar uma compreensão de sociedade, fazendo perceber que o exercício da democracia vai além das disputas eleitorais.
Ouça o Podcast com a conversa com o presidente da APRUMA Bartolomeu Mendonça: